22ª. Feira Pan-Amazônica do Livro começa neste sábado

A Feira Pan-Amazônica do Livro chega este ano à sua vigésima segunda edição. Como vem acontecendo desde o primeiro evento, foram escolhidos um escritor como patrono e um país a ser homenageado, que são o poeta paraense Age de Carvalho e a Colômbia. A Feira é promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e ficará aberta à visitação pública do dia 2 a 10 de junho. Neste período, será oferecida uma programação diversificada para quem for ao Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

O escritor Age de Carvalho estreou na literatura, em 1980, com o livro “Arquitetura dos Ossos” e se firmou no mundo das letras com uma produção bem recebida por autores e leitores. Entre elas destaca-se o que produziu em parceria com o poeta Max Martins com quem escreveu “A fala entre parêntesis”. “O Age de Carvalho é um poeta que tem uma poesia respeitada e reverenciada no Brasil e até fora do Brasil”, refere Paulo Chaves, secretário de Estado de Cultura e reafirma o objetivo do evento de sempre homenagear escritores do Pará e da Amazônia, como já foram Benedito Nunes, Dalcídio Jurandir, Eneida de Moraes, Dulcinéia Paraense, Waldemar Henrique, Max Martins, Maria Lúcia Medeiros, Amarílis Tupiassu, Mário Faustino e Vicente Salles.

Paulo Chaves fala sobre a escolha da Colômbia como país homenageado: “O nome da Feira surgiu com esse enfoque, o de estabelecer um enlace com os países de cultura latina. A Feira Pan-Amazônica já homenageou o Peru, a Argentina, Cuba e agora, a Colômbia que tem uma rica cultura, muita personalidade, inclusive na gastronomia, no folclore, na música e na sua ligação musical conosco através das nossas salsas, da cúmbia... são muitas as infuências musicais”.

No sábado, dia 2, será realizado o seminário 10h30 às 11:30 , com o tema “Colômbia renasce”, com Jose Gilberto Rojes Florez, cônsul da Colômbia em Manaus e a conferência “Pactos sociais: a experiência da Colômbia”, com Pietro Alarcon (SP) e Sandra Suescún ( coordenadora das bibliotecas públicas)

A 22ª Feira Pan-Amazônica do Livro é um evento que se pauta pela valorização do escritor local e suas produções pelo tributo feito nessa linha de tempo que ela percorre e que fazem parte da representação literária da Amazônia.

No ano passado, o Estande dos Escritores Paraenses levou para a Feira livros trabalhos com 350 autores cadastrados, 1,4 mil títulos de cinco editoras e 15 mil exemplares colocados à venda. A participação expressiva de autores paraenses pode ser medida pela apresentação de novos títulos aos leitores, uma média dez lançamentos por dia, a maioria com sessões de autógrafos. Esse resultado mostra que a literatura regional vem se expandindo no decorrer do tempo.

O arquiteto Paulo Chaves, secretário de Cultura, diz que “antes do estande dos escritores paraenses - e isso é dito por eles mesmos -, a participação deles no viés cultural da cidade de Belém do Pará era tênue, sem muitas vitrines. Hoje, eles organizam uma discussão paralela que é incluída oficialmente na programação da Feira Pan-Amazônica do Livro, que pratica uma democracia cultural, fazem lançamentos de suas obras e sessão de autógrafos no Ponto do Autor”. O encontro de escritores paraenses trará para a Feira Pan-Amazônica treze autores que irão apresentar e debater os seus trabalhos e suas trajetórias profissionais, interagindo com a plateia. Todos irão participar de sessões de autógrafo no “Ponto do Autor”. Este ano foram convidados os escritores Antônio Moura, Juraci Siqueira, Daniel da Rocha Leite, Iran Souza, Edith Pereira, Elza Lima, José Carneiro, Tulio Chaves Novais, Sérgio Bastos, Gidalti Moura Jr., Maria de Nazaré Sarges, Helena Aben-Athar Bermeguy e Marcelo Gabay, Nas mesas formadas por eles, com formações acadêmicas diversas, nas mesas de debate serão apresentados temas como escrita poética, memórias políticas, de Belém e questões amazônicas.

Age de Carvalho, homenageado, participará de um seminário chamado “O perfume da letrada solitária: viagem na poesia”, no qual vai apresentar seu novo livro, “Todavida, todavia”, com a participação dos professores Mayra Ribeiro Guimarães e Andre Vallias.

“Todavida, todavia” é novo livro de Age de Carvalho que será lançado em Belém. Segundo o poeta este livro nunca foi planejado. “É fruto do estímulo de alguns amigos e da seleção de trabalhos que pude reunir um pouco às pressas nos campos da poesia, do design gráfico (onde ganho o meu pão desde que engavetei o meu diploma de arquiteto tão logo me formei) e da tradução desde 1980, ano em que publiquei o meu primeiro livro”, conta o escritor.

Os leitores vão encontrar no novo livro de Age de Carvalho uma antologia pessoal de todos os livros de poemas já publicados e de alguns do novo livro que está por vir. ”Há ainda dois momentos que resolvi apreender em duas partes distintas deste livro: a experiência, fundamental para mim, que foi A fala entre parêntesis, livro que escrevemos juntos, Max Martins e eu, publicado em 1982; e a página de jornal Grápho, editada por mim, apresentando poesia brasileira e traduzida aos domingos nos jornais A Província do Pará, primeiramente, e, depois, em O Liberal (1983–1985)”, revela o poeta.

Nesta 22ª. Versão, a Feira Pan-Amazônica do Livro mostra como se consolidou como um dos mais importantes eventos do Pará e da Amazônia, não apenas do livro e de escritores, mas da cultura e manifestações e expressões criativas como o teatro, a música, a literatura e o cinema. A tudo isso se juntam os seminários temáticos, encontro de escritores abertos ao público e, também, ao intercâmbio entre autores locais e de outros estados e países. A programação atinge públicos de todas as idades com oficinas, papo cabeça, contação de história, exposições, lançamentos de livros, atividades dirigidas a estudantes, crianças e jovens com o objetivo de formar novos leitores. A Feira Pan-Amazônica do Livro é promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura.

Fonte: Site da Feira Pan-Amazônica (Texto e Foto)