Alunos da rede pública publicam livro sobre a Cabanagem
Com
as mãos trêmulas, porém com a voz forte de quem conhecia bem cada palavra
impressa no papel, Luiza Mel Antunes, de 14 anos, leu um texto de sua autoria
para o público que participou do lançamento do livro “Carta a um Cabano”. A
aluna de nove anos do ensino fundamental, foi uma das educandas com texto
selecionado e publicado na obra literária produzida pelao Sistema Integrado de
Museus e Memoriais (SIM) em parceria com a Secretária de Educação (Seduc).
Durante
a manhã desta terça-feira (6) cerca de 50 alunos da rede estadual puderam
distribuir autógrafos, ler textos publicados e sentir um pouco da realidade de
ser autor de um livro na 22ª Feira Pan-Amazônica do Livro.
Escrito
por alunos da rede pública e editado por educadores do museu do Forte do Presépio,
o livro é uma coletânea de textos sobre o movimento da Cabanagem, no gênero
carta. Apesar de o fato histórico ter ocorrido em 1840 os texto são atuais
e traçam paralelos entre o movimento cabano, seus resultados e a atualidade.
“Eu destinei minha carta para o senhor Batista Campos. Eu conto para ele como
está Belém hoje e que as coisas não mudaram muito... No âmbito social tudo
ainda continua muito difícil”, afirma Luiza, a aluna-escritora.
Professor
da rede pública estadual Saint'Clair Dias é um dos responsáveis por esse
projeto desenvolvido pela Secult em parceria com o museu do Forte do
Presépio/SIM, onde é também educador. O programa tem o objetivo de lançar
produções literárias protagonizadas por alunos de escolas públicas do estado,
matriculados no período do 5º ao 9º ano. ”Já publicamos 18 livros sempre
relacionados à história do Pará. Esse é o terceiro lançamento da coletânea na
Feira Pan-Amazônica. Nesta publicação contamos com textos de 100 alunos da
rede”, conta o arte-educador.
Arilene
Piedade, vice-diretora da Escola Vereador Gonçalo Duarte, fala sobre como os
alunos sugerem a superação das dificuldades, “apesar de encontramos muitos
problemas estruturais na formação educacional como um todo desse aluno, é
surpreendente o que eles propõem nos textos. Demonstra todo potencial e
criatividade dessa juventude”, destaca orgulhosa.
Sobre
os primeiro passos como autora paraense a aluna Luiza sonha e projeta o futuro:
“tem gente que diz que posso ser uma boa repórter, apesar de eu sonhar com o
mundo da advocacia. Não sei bem, sei que gosto de escrever”, finaliza a jovem
escritora.
Por
Roberta Brandão
Fotos:
Eunice Pinto
Fonte: Feira Pan-Amazônica
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