Mônica Salmaso e o bem que lhe faz o sertão
m seu último disco, “Caipira”, cantora incursiona pelo universo da música rural
Aquele homem parecia tão intenso que Mônica Salmaso precisava chegar com cuidado. Era um rio inteiro que passava ali. Exuberante, místico, gracioso e triste, velho e criança, raso e imenso. Um outro brasileiro, da extremidade oposta ao sambista exaltação de si mesmo ou ao urbano, sem prosa ou poesia. Salmaso respirou fundo, entrou em sua casa e voltou com sua alma na voz.
A visita ao cancioneiro sertanejo que ela faz em Caipira, álbum com o qual vem percorrendo o Brasil em shows é um bom caminho de duas mãos. Uma das expressões musicais de maior poder de comunicação empresta a Mônica a possibilidade da abrangência irrestrita, algo de que seu histórico às vezes carece à revelia de suas intenções. Ao mesmo tempo, a inescapável tristeza de sua voz, um clarinete que chora sem lágrimas, torna profundo um discurso muitas vezes de relevância represada pelo preconceito. Mônica faz bem à música que canta e vice-versa.
Os músicos que a conhecem muito bem sabem onde chegar, tratando sua voz com a delicadeza de quem segura um vaso de louça chinesa. Teco Cardoso toca uma flauta baixo que faz a diferença em Caipira, de Breno Luiz e Paulo Cesar Pinheiro.
Fonte: Site de O Liberal Online (Texto e foto)
Aquele homem parecia tão intenso que Mônica Salmaso precisava chegar com cuidado. Era um rio inteiro que passava ali. Exuberante, místico, gracioso e triste, velho e criança, raso e imenso. Um outro brasileiro, da extremidade oposta ao sambista exaltação de si mesmo ou ao urbano, sem prosa ou poesia. Salmaso respirou fundo, entrou em sua casa e voltou com sua alma na voz.
A visita ao cancioneiro sertanejo que ela faz em Caipira, álbum com o qual vem percorrendo o Brasil em shows é um bom caminho de duas mãos. Uma das expressões musicais de maior poder de comunicação empresta a Mônica a possibilidade da abrangência irrestrita, algo de que seu histórico às vezes carece à revelia de suas intenções. Ao mesmo tempo, a inescapável tristeza de sua voz, um clarinete que chora sem lágrimas, torna profundo um discurso muitas vezes de relevância represada pelo preconceito. Mônica faz bem à música que canta e vice-versa.
Os músicos que a conhecem muito bem sabem onde chegar, tratando sua voz com a delicadeza de quem segura um vaso de louça chinesa. Teco Cardoso toca uma flauta baixo que faz a diferença em Caipira, de Breno Luiz e Paulo Cesar Pinheiro.
Fonte: Site de O Liberal Online (Texto e foto)
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