Sem samba para Noel Rosa
A publicação considerada como a biografia definitiva de Noel Rosa, lançada em 1990, pela editora UnB, e escrita por João Máximo e Carlos Didier, não ganhará mais uma reedição no ano em que são lembradas as oito décadas sem o compositor (ele teria chegado aos 80 anos no mês de maio se estivesse vivo). É o que afirma um dos seus autores: “A confiança acabou. As pessoas vão ter que se contentar com os 15 mil exemplares que saíram pela editora, que aliás são suficientes para a demanda de um País em que a elite lê muito pouco, melhor dizendo, não lê quase nada”, diz categoricamente Carlos Didier, por telefone ao Estado, do Rio de Janeiro.
“Foram oito anos pesquisando, desde que eu e Didier decidimos trabalhar juntos, depois de sermos apresentados por Sérgio Cabral, o pai, no final de 1980. Quando terminamos o texto, fomos atrás de uma editora, mas nenhuma se interessou. Já estávamos quase desistindo quando, num evento em Brasília, que participávamos, alguns professores da UnB nos procuraram no final interessados nos relatos que fizemos sobre Noel Rosa, sua música e seu tempo”, conta João Máximo.
Depois da publicação, dos elogios da imprensa e da crítica, a editora não pagou os direitos autorais dos autores, que tiveram de entrar na Justiça para receber o que lhes deviam. Acabaram sendo pagos com o restante do estoque de livros que ainda existia. Após um tempo, os herdeiros de Noel Rosa, que não teve filhos, entraram na Justiça alegando que o livro trazia inverdades sobre a família de Noel. “Foram três processos e, em todos, ganhamos a causa”, conta Máximo.
Orm
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