Presidente do Torino aceita proposta de amistoso com a Chapecoense


Em meio a tanta tristeza e demonstrações de apoio ao povo e a torcida de Chapecó, o Torino protagonizou uma das mais belas homenagens na última terça-feira. E nesta quarta, mostrou que está disposto a ajudar de verdade a Chapecoense. Vítima de outro grande acidente que dizimou sua equipe profissional, o Toro afirmou por meio de seu presidente que se dispõe a realizar um amistoso beneficente com a Chape para ajudar as famílias dos jogadores que partiram no acidente em Medellín.
Em campanha do site brasileiro “Quattro Tratti”, o desejo de realizar um amistoso entre Toro e uma equipe que representasse a Chape ganhou força nas redes sociais. Tanta força que o presidente do Torino, Urbano Cairo aceitou imediatamente a ideia, dizendo que só aguardava coordenadas de onde e quando seria feito o jogo. A demonstração de carinho pode sim ser a primeira de muitas ações para reerguer a Chapecoense dos acontecimentos do dia 29 de novembro. Com poucos atletas remanescentes no elenco, já que a comissão técnica e os jogadores titulares e reservas estavam no voo para Medellín, a Chape contará com reforços vindos de forma gratuita das equipes da primeira divisão, para que consiga qualificar seu elenco e retomar a sua história com dignidade.
A dor das famílias e o legado deixado pelas equipes de Torino e Chapecoense nestas ocasiões é o que fortalecem a relação, uma união no luto, simbolizada pelo abraço dos italianos em um momento tão duro. E seguramente se pode dizer que ambas estavam em seu auge quando foram castigadas por um acidente desta magnitude. Este time da Chape merecia sim ser considerado o maior da sua curta história, com folgas, pelo que vinha fazendo na Copa Sul-Americana. Tristemente, as vítimas ficaram eternizadas sem ter a chance de disputar a tão sonhada final com o Atlético Nacional.
A história do Torino sempre vai ser fortemente ligada ao que aconteceu na Basílica de Superga, em 1949, quando o melhor time da Itália, pentacampeão nacional, morreu num acidente enquanto voltava de um amistoso em Lisboa. Valentino Mazzola, o grande jogador daquela época, estava entre as vítimas.
Por consequência, a equipe perdeu força no país e a própria Squadra Azzurra também foi seriamente desfalcada para a Copa de 1950, já que o Toro era a base da equipe titular. Com a tragédia, morria o sonho de conquistar ainda mais. Juvenis terminaram a disputa das últimas rodadas da Serie A italiana naquela temporada, que o Torino venceu de maneira póstuma. Todos os rivais se solidarizaram e também aceitaram escalar suas equipes sub-20.
Por quase três décadas o Torino sofreu para resgatar seu prestígio, mas até hoje ainda não conseguiu nem passar perto do que a geração que foi destruída no acidente. Apenas em 1976 a equipe se sagrou novamente campeã da Serie A, mas foi transformada em coadjuvante pela triste circunstância.
Outras conquistas neste intervalo foram as três Copas da Itália em 1968, 71 e 93. Em 1959, o Toro foi rebaixado, mas voltou logo à elite. E na década de 1960 teve em Luigi Meroni um grande ídolo. Em nova tragédia que se abateu sobre a equipe grená, Meroni foi atropelado em 1967 e morreu ainda no local. O culpado pela sua morte, Attilio Romero, foi eleito presidente da agremiação no fim da década de 1990.

Edição: Roberto Lisboa
Fonte: Yahoo Notícias

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