Carimbó e teatro paraense são temas de seminário sobre Arte e Cultura na Amazônia
A história do teatro paraense no século XX e a transformação do carimbó em música que passou a representar a Amazônia foram os temas debatidos durante o Seminário Belém do Pará, 400 anos de Cultura – Arte e Cultura, na tarde desta terça-feira, 31, com o tema “Pensar os 400 anos de Belém nas artes”, realizado no auditório Eneida de Moraes.
O professor da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA) e mestre em história, Denis Bezerra, fez um apanhado histórico do teatro em Belém que, para ele, existe desde a fundação da cidade. Ele falou ainda da importância da arte popular entre as décadas de 40 e 60, e de dois movimentos importantes. “Na época tínhamos o teatro popular e, em oposição, veio o teatro amador com a fundação do Teatro de Estudantes, rompendo com o modelo comercial e promovendo textos mais clássicos e eruditos. Foi um movimento vanguardista liderado por Maria Sylvia Nunes, Cláudio Barradas, entre outros nomes, que ganhou destaque nacional e foi responsável pela fundação da Escola de Teatro e Dança da UFPA”, explicou o professor.
Já sobre o carimbó, o professor da Faculdade de História da UFPA e doutor em Antropologia, Antônio Maurício Costa, falou do registro da proibição de instrumentos musicais do ritmo, em 1840, no código de postura da cidade, com o objetivo de controlar os grupos musicais de negros escravos. “Antes da década de 20 havia uma visão negativa e preconceituosa colocando o negro como protagonista do carimbó, isso muda após pesquisas sistemáticas de intelectuais da Comissão Paraense de Folclore no nordeste paraense e então começa o processo de mestiçamento do carimbó. Tudo isso gera um desenvolvimento bem sucedido no mercado musical regional caboclo a partir da década de 70”, contou Maurício.
O Seminário foi mediado pela doutora em sociologia, professora Marisa Mokarzel, e reuniu dezenas de interessados nos assuntos. A programação do “Seminário Belém do Pará, 400 anos de cultura” termina amanhã, 01. Confira:
Programação:
Quarta 01/06:
15h às 16h30 Mesa – Cenários da Literatura em Belém
16h30 às 18h Mesa – A Amazônia indígena: Passado, presente, futuro?
Edição: Roberto Lisboa
Texto: Erika Torres
Foto: Sidney Oliveira
Fonte: Ascom Feira do Livro
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