No universo das letras
Programação vai marcar hoje o Dia do Livro Infanti, quando se comemora o aniversário de Monteiro Labato
Ouvir e ler histórias é entrar em um mundo encantador, cheio de mistérios e surpresas. Sempre muito interessante, curiosa e divertida, a literatura infantil faz a alegria dos pequenos que desde cedo, se interessam pela prática. E, para marcar esse universo, hoje, dia em que Monteiro Lobato, que é considerado “Pai” desse gênero literário, faria aniversario, se comemora o Dia do Livro Infantil.
“Eu gosto muito de ler porque em cada página eu encontro algo novo. Lá, é tudo muito colorido e bonito. Tem fada, boneco que fala, bruxa, princesa, príncipe e tudo aquilo que os adultos quase sempre dizem que não existe, mas, acho que eles precisam aprender que nos livro tudo é possível”, explica a pequena Isabelly Silva, de apenas oito anos. Ela, que aprendeu a ler recentemente, já guarda em seu quarto uma coleção significativa de clássicos infantis e adianta que, quando crescer, quer uma biblioteca igualzinha a que existe em sua imaginação. “As vezes, minha mãe me conta umas histórias e nelas eu sempre imagino que as casas bonitas e os castelos, têm um lugar todo especial para guardar essas preciosidades”, revela.
E muitos, como Isabelly, já criam mundos particulares nas paginas e continuam criando até hoje. Segundo a psicóloga Ana Souza, é nessa relação lúdica e prazerosa das crianças com a obra literária que surge uma possibilidade de se formar um novo leitor. “Quando a fantasia e a imaginação são exploradas desde cedo é que se instiga a criatividade e se fortalece a interação entre o texto e leitor.”
Os primeiros livros direcionados ao público infantil surgiram no século 18. Muitos autores escreveram suas obras, enfocando principalmente os populares contos de fadas e, de lá pra cá, a literatura infantil foi ocupando seu espaço no mundo.
Monteiro Lobato, o aniversariante do dia, foi um dos primeiros escritores da literatura infanto juvenil a perceber a necessidade de inserir, nas histórias para as crianças e os jovens, elementos da cultura nacional, como, alguns costumes populares e as lendas de nosso folclore.
Segundo o escritor e jornalista Alfredo Garcia, Monteiro Lobato tem uma grande importância nesse meio. “Lobato, além de autor, foi editor. Lidou com as intolerâncias políticas, mas jamais se omitiu. Todos nós, autores de literatura infanto juvenil, somos filhos de Lobato”, diz. Para ele, o Dia Nacional do Livro Infantil deveria ser celebrado com uma festa, uma feira de livros só para crianças e um espetáculo mas, “infelizmente, acaba sendo só mais uma data no calendário.”
Para estimular a prática da leitura, Garcia, que esse ano completa 30 anos nesse universo, está com o projeto “30 anos de literatura, 30 escolas visitadas”. Nele, o autor visita as escolas da região para interagir com os pequenos leitores. Outro escritor bem conhecido pelas crianças paraenses é Luiz Peixoto Ramos, o Jabutigão.
O autor tornou-se conhecido ao dar vida a esse personagem. O jabuti que é amigo das crianças e cuida da natureza é presença garantida no eventos infantis. Com muitas histórias para contar, ele ensina conceitos importantes para a formação do caráter de futuros adultos preocupados com o mundo. “Fico muito feliz porque as crianças gostam desse trabalho. Elas se identificam, interagem, se aproximam e fazem a festa”, conta Peixoto.
Vestido com uma roupa verde, que lembra um jabuti, um bigode preto e um óculos sobre o nariz, o Jabutigão carrega na mão direita uma bengala marrom e na esquerda relógio e anel. Com narrativas simples e ambientadas no meio amazônico, o artista canta e dança para aproximar o universo da literatura e as crianças. “Acho importante esse algo a mais. Então, criar o personagem e toda essa performance, aproxima, as crianças da literatura”, diz ele.
E a pequena Isabelly concorda. Para ela, quanto mais cor, mais música e mais personagens que saiam de sua imaginação e “se tornem reais”, melhor.
Edição: Roberto Lisboa
Fonte: O Liberal
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