Avenida Barão de Capanema: Patrimônio inalienável
P de ponto, V de vista - Por Paulo Vasconcellos
Buscar a história de Capanema nos idos passados é trazer
para a atualidade a estruturação de um patrimônio que pertence ao livro de
apontamentos existente nas mãos de cada capanemense ou até de quem se considera
filho nato daqui, pois a cidade é dotada de tamanha hospitalidade, conotando
todos com sua naturalidade, assim por diante. A origem do nome Capanema na
língua Tupi Guarany, retrata a simplicidade de um povo que muitas vezes não se
conforma quando alguém diz que aqui é terra de mato ou caça azarados. No
tocante histórico, relevam-se a aplicação de adjetivos que não combinam com o
que representa o nome Capanema, cidade que tem pluralidade por seu caminhar
progressista, eis aqui aquela que já foi chamada Siqueira Campos Há alguns anos
atrás.
Considera-se que o patrimônio herdado das antigas é pouco,
entretanto, o pouco que se tem, deve ser preservado e em determinadas ocasiões,
foram feitas trocas em nomes de logradouros públicos, incluindo ruas, travessas
e avenidas, motivo de insatisfações para uns, misturadas a aceitações para
outros. Todas as formalidades inerentes a construção de um patrimônio histórico
requer que sejam destinadas patentes e essas estejam de acordo com os preceitos
constitucionais e a Lei Orgânica do Município é a Carta Magna de onde são
tiradas as resoluções que forem convenientes a assuntos internos.
Para que o leitor fique antenado com os idos passados que me
referi no primeiro parágrafo deste artigo, faço saber que no final da década de
1970 para início da de 1980, o nome da Avenida Barão de Capanema foi mudado
para Alacid Nunes e isso causou muito reboliço na cidade, pois àquela época o
homenageado havia sido Governador do Estado e também assumira o cargo de
diretor da Pires Carneiro, empresa cimenteira estabelecida em Capanema,
posteriormente vendida para o Grupo João Santos, hoje a conceituada CIBRASA.
Por pouco tempo a avenida teve o nome de Alacid no mapa da cidade, fator que
confundia a população e até os locutores da RCC-radiofonização Comercial de
Capanema, a atual Almeida Divulgações, que quando anunciavam propagandas
comerciais e tinham que falar o nome da avenida, sempre se atrapalhavam. O
projeto aprovado pelo Legislativo foi novamente debatido em plenário e por
força política, teve de ser cancelado e a avenida voltou a ter seu nome
primitivo.
Outro caso semelhante que acontece nos dias de hoje é o da
Avenida Presidente Médici, que teve seu nome mudado para João Pulo II.
Considerando que as informações são precisas em qualquer momento, aqui estão
exemplos e parâmetros que podem servir de argumentos para a não mudança de nome
da Barão de Capanema para Avenida Centenário, pois a principal via da cidade
nasceu justamente às margens do Rio Capanema, local considerado como marco
inicial, pois foi lá que os cassacos que construíram a Estrada de ferro de
Bragança, instalaram-se em acampamento, também usado pelos trabalhadores que
esticavam os fios da linha telegráfica, comandados pelo “Barão de Capanema”, o
mineiro Guilherme Schuch, sendo esses os principais fatores que contribuíram
para a origem do nome da cidade, tendo o rio como ponto de referência.
Na qualidade de estudioso sobre alguns aspectos que marcam a
história de Capanema, resolvi entrar no mérito da questão que se refere a nomes
de monumentos, vultos, ruas e outros referenciais, para contribuir com as
camadas sociais que visam o fortalecimento e o engrandecimento da nossa
querida, amada e conceituada Capanema. É claro que algumas informações podem
ser até contraditórias, mas a força de vontade de contribuir se sobrepõe a
muitos aspectos relativos a história propriamente dita, que muitas vezes não
chegou a ser escrita.
Considerando ainda que o contributo de pessoas que se
debruçam sobre registros é fundamental para o bom andamento das questões de
identidade de qualquer instrumento, ressalta-se a pertinência de um assunto que
precisa ter maior aprofundamento, todavia, mesmo diante de parcos meios
informativos, sinto-me honrado em poder somar minhas ideias com as de outros
que condicionam retóricas chanceladas por ingredientes capazes de enriquecerem
um conteúdo prático com substanciais detalhes favoráveis ao nome dessa cidade
habitada por muita gente boa.
Na crescente linha desenvolvimentista, acredito que os
colóquios aqui inseridos possam alimentar outras ideias, pois assim se constrói
uma plataforma que busca o progresso como alternativa capaz de multiplicar atos
e gestos de quem verdadeiramente tem afinidade com um torrão, plantado na Zona Bragantina,
Micro Região dos Caetés. Feito tudo isso, juntemos nossas boas intenções e
passemos a tratar nossa cidade com mais zelo, pois só assim poderemos usufruir
de uma grandeza incalculável que se chama amor.
Viva Capanema e que deus Seja Louvado
**O autor é cronista, poeta e escritor, integrante da Academia
Capanemense de Letras e Artes-ACLA e também da Literária Academie Lima
Barreto-LALB, autor de um livro de poesia e outro de contos, assim como tem
produções literárias publicadas em antologias editadas pela Câmara Brasileira
de Jovens Escritores.
Edição e Digitação: Roberto Lisboa
Foto: Anna Paula Santos
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