Memória indígena é tema de evento
“Museus e Memórias Indígenas” é o tema da 9ª Primavera dos Museus, que ocorre de hoje a 27 deste mês, com programações culturais em todo o País. Promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), no Pará, a ação tem parceira com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM), que reúne os espaços onde a programação será aberta ao público, com entrada franca. A abertura oficial do evento será hoje, às 19h, na Casa das Onze Janelas, com a exposição “Caldo Antropofágico”.
Em todo o País, oitocentos e nove instituições integram a 9ª Primavera de Museus com mais de 2,4 mil eventos, em 393 cidades brasileiras. Seminários, exposições, oficinas, espetáculos, mesas redondas, visitas guiadas e exibições de filmes são exemplos de ações programadas. Assim como nos anos anteriores, o Ibram estabelece que cada museu promova suas ações com o objetivo de estimular a comunidade a refletir, discutir e trocar experiências sobre o assunto proposto.
Sobre o tema deste ano, o Museu do Índio, da Fundação Nacional do Índio (Funai), e o Ibram divulgaram texto ressaltando a importância do título escolhido. “O tema ‘Museus e Memórias Indígenas’ nos instiga a uma reflexão sobre a diversidade sociocultural dos mais de 200 povos indígenas que vivem em nosso país, constituindo-se como um dos maiores patrimônios existentes no território nacional. Eles estão representados em museus e outras instituições por meio de exemplares da cultura material, como utensílios e adornos de grande sofisticação e beleza estética, além de registros textuais e audiovisuais”, diz trecho do material.
Para trabalhar essa temática, o SIM vai apresentar exposições, palestras e oficinas, como a oficina de pirogravura, com o tema “Grafismo indígena”, nos dias 22 e 23, às 10h e às 16h, no Museu do Forte do Presépio; a exposição “Traços indígenas em imagens barrocas”, com abertura no dia 22, às 19h, no Museu de Arte Sacra (MAS); e a palestra “De Caco a Espetáculo: ‘Cerâmica marajoara e Identidade Nacional Brasileira’”, no dia 24, às 19h, no MAS. Haverá ainda a exibição do documentário “Karubixexe”, sobre os índios Mundurucu e Wai-Wai, no dia 22, às 10h, na igreja de Santo Alexandre, e a apresentação musical das cantoras Adriana Azulay e Márcia Aliverti, com o espetáculo “Lendas amazônicas - canto e piano”.
METÁFORA
Um dos destaques da programação da Primavera dos Museus é a exposição “Caldo Antropofágico”, que será aberta hoje, às 19h, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. “A exposição retoma um termo que permeia uma corrente do modernismo brasileiro, a antropofagia, resignificando-o com a finalidade de fazer referência ao processo de criação artística que perpassa metaforicamente por um ritual também antropofágico”, explica a diretora do espaço, Heldelene Reale.
“O caldo presente na exposição é formado pela metáfora do próprio processo de criação artística, assim como o processo da relação do público visitante, que ao se deparar com o universo expositivo, dentro de suas referências de leituras e vivência, deglute as obras presentes no espaço, deixando nelas suas reflexões, compartilha esta experiência como uma troca de receitas, de sabores”, completa. A visitação pode ser feita até o dia 27, das 10h às 18h.
O encerramento da programação da 9ª Primavera dos Museus será com a apresentação de danças circulares sagradas, com o tema “Dançando na Primavera”, às 9h30, com os focalizadores Joana Martins, Luiz Mussi e Ana Elisa Cavalcanti.
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