Pichadores destroem exposição de fotógrafo
Pichadores destruíram seis obras do fotógrafo “Choque”, de 29 anos, expostas na Galeria Crivo, na Vila Madalena, Zona Oeste de São Paulo. Na tarde de terça-feira (21), os pichadores levaram um funcionário para o fundo da galeria e impediram que ele reagisse. O prejuízo material está avaliado em R$ 15 mil. Choque fotografou pichadores em ação por quatro anos, e há cinco anos não fotografa mais sobre o tema. “Me pegou de surpresa porque é um trabalho de muitos anos que nunca teve problema nenhum”, disse o fotógrafo ao site G1. Suas fotos estão no documentário “Pixo”, de João Wainer, e já haviam sido expostas na Bienal de São Paulo.
Foram pichadas expressões como “a rua não precisa de você”, xingamentos como “impostor”, “safado” e a frase “Guigo eterno”, em referência a um pichador que morreu em 2010 ao cair de um prédio na Avenida Rebouças. Choque estava filmando a ação, e gravou a queda de Guigo. Ele acredita que o ataque a suas obras possa ter relação com esse vídeo. O grupo Pixo Manifesto Escrito (PME) assumiu a autoria do ataque, e, em nota enviada à revista Vice, falou sobre o fotógrafo: “Ele faz uso comercial desse vídeo. A família do Guigo tinha pedido para não ser publicado”.
O fotógrafo contesta a acusação. “Como eu vou lucrar com aquilo? Alguém morrendo. É um absurdo”. Ele também disse que a divulgação dos vídeos está sempre ligada com expressões artísticas e arte urbana, e que nunca “estará em um comercial da Nike, por exemplo”.
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