Crônica da Atualidade - Por Paulo Vasconcellos




A imaterialidade de um Patrimônio Cultural
 
A história da Festa de Corpus Christi em Capanema, tem seu registro apontado como um dos principais eventos religiosos da região. Tudo começou no ano de 1976, quando frei Hermes Recanatti, então pároco da cidade, incentivou os grupos da Paróquia para começarem um trabalho decorativo e o TLC-Treinamento de Líderes Cristãos, recebeu a incumbência de fazer um cronograma e dar os primeiros passos.
Na época, as ideias foram somadas e apenas galhos de árvores, flores, tapetes e um pequeno trecho foram usados para a procissão em que o Corpo de Cristo seria o principal fator da celebração eucarística. O tempo passou e a serragem de madeira apareceu como alternativa, juntando-se a outros ingredientes e a coloração, contudo, formava os primeiros aspectos de um tapete, razão do significado que a festa tem no tocante cultural.
Os grupos de trabalho aumentaram e a comunidade passou a se interessar muito mais, cabendo ao setor organizacional, buscar incrementos, pois a grandeza do evento estava consolidada e no decurso dos anos, avolumaram-se condições para a divulgação de Corpus Christi em Capanema, até a decretação do Governo Estadual como Patrimônio Imaterial.
São 39 anos de caminhada, mas a população continua firme na fé e na missão de propagar nos mais diversos meios possíveis. Quando alguém fala sobre Corpus Christi em Capanema, nota-se que a satisfação se apresenta como primacial fator e orgulho de quem põe literalmente a mão na massa para ajudar a construir o tapete que se forma ao longo dos 1.300 metros de ruas. É claro que a referência religiosa tem prioridade, pois a paróquia se encarrega de montar uma programação de forma antecipada e na quinta-feira, após a celebração do Domingo Pentecostes, o povo se reúne para conduzir o Santíssimo Sacramento pelas ruas enfeitadas.
Comprovadamente a festa de Corpus Christi tem dimensão multiplicada porque há junção de vontades, sobretudo no que diz respeito ao cumprimento das determinações da igreja, nas celebrações que culminam com a procissão durante as primeiras horas da manhã.  Foi assim e assim será nos próximos anos a mobilização social/religiosa da comunidade Capanemense que se une na fé para celebrar Corpus Christi, tradição que se renova.