Tudo pela hora da morte
Precisamos dar água a quem tem
sede e pão a quem tem fome, todavia, se não tivermos recursos suficientes para
arcar com os preços altos, poderemos entrar literalmente em parafuso como
sempre falamos quando nos referimos a problemas do cotidiano. A frase usada no
título deste artigo me faz lembrar, as pessoas mais antigas que quando se
deparam com altas de preços de quaisquer que sejam os produtos, se assustam,
pois a inflação desordenada corrói os parcos recursos da população pertencente a
camada mais pobre na concepção da palavra. É fantasiosa a indicação do governo
que insiste em afirmar que a inflação está controlada, entretanto, os preços
são atualizados semanalmente e o aumento dos combustíveis aparece como o grande
vilão da economia pra variar.
Já se foi o tempo em que tirávamos
R$ 10,00 do nosso dinheirinho e comprávamos, verduras, legumes, feijão, arroz,
pão e manteiga, em um só estabelecimento comercial, levando de volta pra casa,
algumas moedinhas como troco. A crise econômica que assusta somente os mais
pobres arrochando seus orçamentos, tende a continuar nocauteando, pois nem bem
respiramos, já nos deparamos com mais anúncios de majorações nos preços,
sobretudo no que se refere aos produtos de primeira necessidade que compõe a
cesta básica para encher nossas barrigas e amenizar nossas fomes. A realidade é
dura e só os bem afortunados conseguem usufruir de mesa farta, enquanto a camada
menos favorecida passa a pão água, isto quando ainda consegue comprar esse pão
que também é um dos vilões, pois se não tivermos R$ 0,35 nas mãos tomaremos o
café nosso de cada dia apenas fervido em água que nem é pura. Levantemos as
mãos para os céus para agradecermos a Deus por nos dar condições de pelo menos
termos em nossas mãos um salário mínimo como renda familiar, mesmo que a monta
não dê para suprir os gastos que temos de fazer. O remédio é caro, o pão é
caro, o feijão nem se fala, a farinha d’água está cada vez mais sumindo das
nossas mesas, o café virou produto raro e ralo depois de coado, não estou
tratando esse assunto de carestia com desdém e nem intenções de comover alguém.
Simplesmente quero transmitir aos leitores a minha preocupação, pois os preços
sobem, o salário se mantém, congelado durante um ano inteiro, sendo que a
classe política procura reajustar seus proventos, provando oportunismo e
querendo benefício próprio.
O Pará vive um momento de
suspense em relação a tarifação absurda na conta de luz deixando a população
apavorada, pois não está havendo controle e a conta aumenta absurdamente.
Voltando ao topo do artigo, ouço de minha mãe a frase que minha avó usava
quando ouvia alguém dizer que a carne ficaria mais cara e assim por diante: “Está
tudo pela hora da morte”. Quero, com essas palavras, chamar a atenção de
economistas para que eles usem mecanismos e calculem de forma correta a
inflação que é anunciada em um patamar, mas a realidade é outra bem diferente. Que o espírito da sensibilidade nos
conduza para que continuemos enfrentando todas as crises, mesmo diminuindo a
quantidade de alimentos nas tradicionais compras que fazemos no supermercado,
por exemplo, excluindo sobretudo alguns itens considerados como supérfluos. Que
Deus seja Louvado!
Texto: Paulo Vasconcellos
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