Brincadeira de criança: como é bom
Lá pelos idos anos de mil
novecentos e tantos, usar brinquedos sofisticados, nem pensar. Adiantando um pouco
mais esse idos anos, reporto-me ao meu tempo de criança nas ruas de Capanema, poucas
delas pavimentadas ou até pouquíssimas. É bom lembrar tempos de outrora e
comparar com a modernidade que nos mostra ferramentas poderosas capazes de
aniquilar qualquer invenção artesanal para caracterizar algum brinquedo usado
antigamente.
As redes sociais, fatias que
representam o avanço da tecnologia, nos dias de hoje, nos proporcionam condições
para acessarmos slides, gravuras, fotos, vídeos e mais um monte de
alternativas, entretanto, sempre aparece algo diferente correspondente ao que
as crianças de agora tem em suas mãos, diferente dos brinquedos artesanais que
tive o prazer de possuir alguns deles. Compartilhei um vídeo em minha página no
Facebook que me fez voltar ao passado e lembrar das brincadeiras nas ruas da
minha querida Capanema, sendo que vou citar alguns desses passatempos
preferidos de uma geração que está abeirando os 60 anos de idade, tais como: Pira
cola, bandeirinha, fura bucho, peteca, papagaio, curica, cangula, baladeira,
pula corda, rabiola, pião, roladeira de latas de leite Ninho, caçambas talhadas
em latas de óleo, macaca, barquinho e avião de papel, futebol de travinha na rua, cemitério,
barrabol (queimada), pira no rio, bicicleta alugada na agência, parte queijo no
antigo coreto da praça, pata cega, camonha, cair no poço, 31 alerta, corrida de
pedestrianismo, coisas que me causam arrepios, pois quase não são mais vistas,
nas ruas de qualquer cidade.
Mesmo com todo o avanço que me
referi anteriormente, ainda existem crianças que brincam com carrinhos de
madeira e de plástico puxados por um fim de algodão, sendo que tenho um desses
praticantes dentro de minha casa, meu neto Paulo Pietro. Ele é apaixonado por
carros e futebol, passando seu tempo livre, depois das tarefas da escola,
aproveitando os espaços no quintal, na área de serviço da casa e até no pequeno
alpendre (só para complicar o leitor). Sei que esse texto será compartilhado
por muita gente da minha geração, mas também fará reboliço com os mais novos
que sabem das proezas dos meninos da época do trem, somente através de leituras
feita em acervos espalhados por aí. Não estou querendo fazer inveja a ninguém,
mas aqueles que pensarem assim, tem ampla liberdade, pois recordar é viver, como
dizem alguns letristas. Brincar é muito bom e usufruir dos brinquedos,
representa satisfação absoluta para qualquer criança, mesmo ela tendo a seu
alcance, sofisticados instrumentos. Para encerrar o texto com saudosismo
acentuado, espero ter provocado alguns
de meus contemporâneos que viveram a época de criança brincando nas ruas da
cidade mais charmosa e bonita por natureza, a Capanema que tanto amamos.
*Dedicatória - Faço menção honrosa a alguns colegas contemporâneos que brincaram nas ruas de Capanema: Robson Luís, Cornélio, Ponção, Raimundinho, Stélio, Laureano, Catonho, Lalá, Gilmar, Walcyr, Hildenor, César Portela, Joãozinho e Nazareno Maia.
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