Arte brasileira fica de luto



Tomie Ohtake morreu ontem, aos 101 anos. A artista plástica se recuperava de uma pneumonia desde o dia 2 e, na terça-feira pela manhã, estava prevista sua alta do hospital. No entanto, Tomie sofreu uma grave broncoaspiração com alimentos do café da manhã, e, em seguida, uma parada cardíaca, na noite de quarta-feira. ontem, ela voltou a sofrer uma parada cardíaca e não resistiu.
O velório será hoje, entre 8h e 14h, no instituto que leva seu nome, em São Paulo, e a artista será cremada em cerimônia reservada para a família. A artista plástica completou 101 anos em 21 novembro do ano passado.
Mestre na exploração de formas e cores num estilo abstracionista livre, em que tanto a geometria quanto a natureza se prestavam como referências, Tomie Ohtake, que nasceu em Kioto, no Japão, e vivia no Brasil desde 1936.
Ela só começou a pintar profissionalmente quando tinha 40 anos, após ter criado os dois filhos, os arquitetos Ruy e Ricardo. Naturalizou-se brasileira quando tinha 55 anos e se tornou um dos maiores nomes da arte abstrata no país. Vivia imersa em sua arte: na casa-ateliê de aspecto modernista onde morava, projetada pelo filho Ruy no bairro Campo Belo, em São Paulo, ela mandara instalar uma cama, de solteiro, ao lado das telas para poder vê-las já quando acordava.