Hotel Hilton fecha suas portas em Belém
A história de Belém contada através de um referencial que se chama Hilton Internacional. Acredito que o local vai apenas mudar de nome e espero que um dos pontos turísticos da capital seja mantido. (PV)
Memórias, afetos, lembranças. A história do poder de um lugar em encantar gerações e fazer parte da vida de uma cidade. O local é emblemático: em plena Avenida Presidente Vargas, em frente ao Theatro da Paz, a dois passos do Bar do Parque, quase como se fossem vizinhos amigos. Mais adiante, o Cine Olympia e o edifício Manoel Pinto da Silva.
Em frente passa o Círio de Nossa Senhora de Nazaré todo mês de outubro, por isso sempre ali sempre foi um dos camarotes mais concorridos. Erguido com muita polêmica onde antes foi o lendário Grande Hotel, agora o Hilton Hotel de Belém é que fecha as portas para dar lugar ao novo, mostrando que a história, de fato, se repete em ciclos.
Inaugurado em agosto de 1984, o hotel trouxe modernidade e quis dar continuidade à elegância que o Grande Hotel já tinha. Antes de se tornar de marca internacional, aquele espaço já abrigava as famílias da alta sociedade de Belém e era palco de grandes casamentos, eventos e aniversários. Gilka Ferro e Silva relembra memórias do Grande Hotel ainda da infância quando seu pai, Pedro Gomes da Silva, a levava para a convivência com a alta sociedade belenense.“Lembro que meu pai sempre estimulou que nós frequentássemos o Grande Hotel, um lugar da alta sociedade. No terraço eram agradáveis as tardes de domingo, principalmente por se tratar de um belo prédio, todo em art noveau”, diz, com saudade, a socialite.
Segundo Gilka, com a chegada da cadeia internacional e respeitada a sociedade paraense gradativamente passou a frequentar ainda mais os grandiosos eventos promovidos ali. “Lembro de eu e minha família, marido e filhos jantar todos os sábados no delicioso restaurante do hotel, sempre rodeada de amigos. Isso sem falar nas festas de casamento memoráveis que foram realizados lá, das quais muitas eu participei. Naquela época, o Hilton era o melhor local para se celebrar um grande evento, com salões maravilhoso, serviços de primeira linha, tudo muito bem decorado. Na minha memória tenho gratas e boas lembranças”, ressalta.
O advogado Alfredo Casanova é outro frequentador assíduo do local, síntese do glamour e do requinte paraense. “O hotel sempre foi um ícone capital da história do Pará, dirigido com muito profissionalismo pelos gerentes, com destaque para Frank Rosheuvel, que administrava com um diferencial. Ele abria as portas para as pessoas que chegavam, sabia acolher”, descreve o advogado.Para Alfredo, o Hilton era mais do que um hotel com bons serviços, e sim um ambiente de localização privilegiada. “Um local que fica em frente à Praça da República, ao lado do Theatro da Paz, já se torna pontual e ímpar, ainda mais com a passagem do Círio de Nazaré bem na sua frente. Sem dúvida, nas décadas de 1980 e 1990 era o local que as famílias frequentavam e, junto com a Assembleia Paraense, um dos ambientes ideais para realizar um evento grandioso”, completa.
(Diário do Pará)
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