Gina Lobrista conquista imprensa e fãs brasileiros
Simplicidade de uma cantora que aos poucos conquista seu espaço. As oportunidades estão surgindo e a voz de Gina, começa a ecoar pelo mundo e eu, que gosto de valorizar talentos, assistindo ao programa Sem Censura Pará, encontrei a cantora falando de seus sucessos. Esse é o Pará Pai D'égua de todos nós. (PV)
A história de Gina Severina da Silva, 34 anos, renderia facilmente um filme. Do “Severina”, que consta na carteira de identidade, ela não gosta. No entanto, a história de Gina pode ser facilmente comparada a de Severino, personagem imortalizado por João Cabral de Melo Neto, pernambucano como ela, em “Morte e Vida Severina”. Enquanto o retirante partiu do sertão em direção ao Recife em busca das franjas do mar, Gina saiu de Recife, ainda pequena, já com o desejo incubado de buscar o mundo. E se o mundo parece grande demais, maior ainda é a determinação e a força de vontade de uma artista de rua consciente de si e decidida a buscar seus objetivos. Gina Lobrista está pronta. O Ver-o-Peso, palco que ela não pretende deixar, ficará pequeno demais para ela.
Talvez a música “Eu Estou Apaixonada Por Você”, composição de Roberto e Erasmo Carlos, tenha tornado Gina Lobrista conhecida através das rádios e aparelhagens de Belém. Talvez o clipe recém-lançado pela Platô Produções, que já possui quase 20 mil acessos no momento em que esta matéria está sendo escrita, fosse o passo que faltava para dela ser reconhecida nacionalmente. Talvez tenha sido o desejo inabalável de realizar o sonho da mãe, que morreu sonhando em ver uma de suas filhas famosas. O mais provável é que Gina tenha nascido, inevitavelmente, para se tornar Gina Lobrista. Depois de passar sérias dificuldades financeiras, problemas familiares graves, enfrentar duas crises de depressão, o descrédito de quem a ridicularizou publicamente, ela sobreviveu, insistiu, venceu.
Basta uma caixa de som, um banner e um microfone para que os 500 CDs, vendidos a R$ 5, cheguem às mãos do público em um dia. Gina deixou a banda Geração Eletrizante, que mantinha com a irmã, para partir para a carreira solo no final do ano passado. No início, oferecia os discos de porta em porta. Foi um vendedor, o “Bacalhau”, que provou que ela era “um pote de ouro sendo jogado no lixo”. “Aqui vem turista dos Estados Unidos, da Europa, de todos os lugares. Eu sabia que era o meu lugar. Não quero sair do Ver-o-Peso, independente do que acontecer. Quero ser reconhecida e lembrada como artista de rua”, declara.
Procurada pela imprensa local e nacional, a artista ainda tenta se acostumar com o sucesso que tardou a chegar. As influências musicais que ela carrega vão do bolero ao melody e se confundem com a própria história de vida da cantora. Na infância, quando sua família morou em Serra Pelada na ascensão da “febre do ouro”, a casa da artista abrigou nomes como Leandro e Leonardo e Arnaldo Baptista. A sua música de trabalho, por exemplo, foi cantada por Gina, no ouvido de sua mãe, quando ela estava no leito de morte. Emocionada, Gina relembra que dona Edjane Silva foi a única que, em momento algum, duvidou de seu talento. A letra de “Eu Estou Apaixonada Por Você”, que começa assumindo que a vida é agitada, continua em certo trecho com: “Tudo que eu faço, penso em você”.
O jeito extrovertido e simpático da bela morena revela a felicidade de quem ama o que faz. Com o público do Ver-o-Peso, ela brinca, pula, se diverte. Os longos cabelos castanhos que emolduram um belo rosto são seu manto, como ela mesma diz. Gina tem inocência no olhar e no trato com o outro. Vez ou outra alguém pede uma foto, um jornalista a telefona, um barraqueiro tira um sarro. Severino, xará de Gina, chegou à conclusão de que, no espetáculo da vida, temos que vê-la desfiar seu fio, fabricar a si mesma, até vê-la brotar em uma nova vida explodida. Uma nova vida espera Gina. Daqui a pouco ela explode.
(Diário do Pará)
Talvez a música “Eu Estou Apaixonada Por Você”, composição de Roberto e Erasmo Carlos, tenha tornado Gina Lobrista conhecida através das rádios e aparelhagens de Belém. Talvez o clipe recém-lançado pela Platô Produções, que já possui quase 20 mil acessos no momento em que esta matéria está sendo escrita, fosse o passo que faltava para dela ser reconhecida nacionalmente. Talvez tenha sido o desejo inabalável de realizar o sonho da mãe, que morreu sonhando em ver uma de suas filhas famosas. O mais provável é que Gina tenha nascido, inevitavelmente, para se tornar Gina Lobrista. Depois de passar sérias dificuldades financeiras, problemas familiares graves, enfrentar duas crises de depressão, o descrédito de quem a ridicularizou publicamente, ela sobreviveu, insistiu, venceu.
Basta uma caixa de som, um banner e um microfone para que os 500 CDs, vendidos a R$ 5, cheguem às mãos do público em um dia. Gina deixou a banda Geração Eletrizante, que mantinha com a irmã, para partir para a carreira solo no final do ano passado. No início, oferecia os discos de porta em porta. Foi um vendedor, o “Bacalhau”, que provou que ela era “um pote de ouro sendo jogado no lixo”. “Aqui vem turista dos Estados Unidos, da Europa, de todos os lugares. Eu sabia que era o meu lugar. Não quero sair do Ver-o-Peso, independente do que acontecer. Quero ser reconhecida e lembrada como artista de rua”, declara.
Procurada pela imprensa local e nacional, a artista ainda tenta se acostumar com o sucesso que tardou a chegar. As influências musicais que ela carrega vão do bolero ao melody e se confundem com a própria história de vida da cantora. Na infância, quando sua família morou em Serra Pelada na ascensão da “febre do ouro”, a casa da artista abrigou nomes como Leandro e Leonardo e Arnaldo Baptista. A sua música de trabalho, por exemplo, foi cantada por Gina, no ouvido de sua mãe, quando ela estava no leito de morte. Emocionada, Gina relembra que dona Edjane Silva foi a única que, em momento algum, duvidou de seu talento. A letra de “Eu Estou Apaixonada Por Você”, que começa assumindo que a vida é agitada, continua em certo trecho com: “Tudo que eu faço, penso em você”.
O jeito extrovertido e simpático da bela morena revela a felicidade de quem ama o que faz. Com o público do Ver-o-Peso, ela brinca, pula, se diverte. Os longos cabelos castanhos que emolduram um belo rosto são seu manto, como ela mesma diz. Gina tem inocência no olhar e no trato com o outro. Vez ou outra alguém pede uma foto, um jornalista a telefona, um barraqueiro tira um sarro. Severino, xará de Gina, chegou à conclusão de que, no espetáculo da vida, temos que vê-la desfiar seu fio, fabricar a si mesma, até vê-la brotar em uma nova vida explodida. Uma nova vida espera Gina. Daqui a pouco ela explode.
(Diário do Pará)
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