Crônica da Atualidade - Por Paulo Vasconcellos





Lições de uma derrota desastrosa

Usar frases que provoquem efeitos para explicar o inexplicável é meta que dificilmente será cumprida porque os dados estatísticos precisam ser colocados a olho nu, como bem diz um adágio popular. Planejar é ato de responsabilidade de quem tem sobre seus ombros, fardo pesado que poderia ser erguido com leveza, mas se torna injustificável achar denominador capaz de nivelar os procedimentos. Procurando concatenar as palavras de acordo com o que reza a forma didática, podemos encontrar uma que nos acuda que é o perseverar, traduzindo várias formas de projetar o que nos foi facilitado e consequentemente repassado para o lado da imprevisibilidade.
O sabor amargo de uma derrota no futebol pode ser comparado ao fracasso, entretanto, leva-se em consideração o ato de esportividade, mesmo que no campo de jogo sejam travadas rivalidades. A desastrosa derrota do Brasil para a Alemanha pelo placar de 7 x 1, resultado que considero ilógico ainda não foi digerido pelos brasileiros que derramaram muitas lágrimas nos momentos de alegria e choraram copiosamente depois do placar escandaloso no Mineirão. Encontrar culpados da derrota não vai mudar em nada, pois a solução imediata é defender o honroso 3º lugar na Copa e se contentar com o 4º, se for o caso. Considerando que o futebol é contagiante como muitos outros esportes, considera-se também que a paixão do povo brasileiro é notória e por essa razão, somamos 200 milhões de torcedores.
Sempre faço analogias envolvendo assuntos contundentes e recorro ao compositor Fernando Mendes que em uma de suas canções faz comparativos com a separação envolvendo o amor, sentimento profundo que norteia os seres humanos. Por conseguinte, faço comparações com a letra de Fernando, relacionando a bola com o craque, que pratica futebol e tem afinidades com o instrumento usado para ele mostrar sua categoria, acrescentando trocadilhos de que o amor entre craque e bola precisa ser evidente. Então, transcrevo parte da letra do compositor, comparando essa afinidade que nos faz vibrar de emoções quando o jogador de futebol toca na bola com maestria, seja qual for a situação  “... Ontem você me queria/hoje já não me quer mais/ontem você me amava/hoje já não ama mais/o tempo passou tão depressa/Você de mim se esqueceu/hoje eu ainda te amo, mas quem sabe, o amanhã... “ O compositor considera que o amor compartilhado precisa ser cultivado, razão das comparações aqui citadas, devendo ser avaliados os sentimentos, sendo que as lágrimas derramadas provocam reações de todas as formas.
Acredito que muitas lágrimas ainda vão ser derramadas quando daqui há algum tempo a goleada impiedosa imposta pela Alemanha for lembrada, principalmente por aquele torcedor que ama o futebol de verdade e abre seu coração para incentivar a Seleção Brasileira em qualquer que seja a competição. Se forem somadas as opiniões, certamente o número será incalculável, pois cada brasileiro considera-se técnico e/ou comentarista de futebol. As lições para quem é derrotado de forma escandalosa, mesmo jogando contra um adversário de tradição são de juntar os cacos e os trapos, visando melhor planejamento para 2018, novamente no continente europeu, desta vez na Rússia, palco da próxima Copa do Mundo.
Antes do jogo contra a Alemanha, me referi aos deuses do futebol e eles andaram longe do Mineirão, fazendo com que o apagão da Seleção Brasileira virasse alvo de chacota por parte dos torcedores de outras seleções que não perderam tempo e literalmente  “secaram” o antes respeitado escrete canarinho. Estou convicto que essas lições destinadas a nós brasileiros, podem funcionar como alerta, todavia, o futuro a Deus pertence e não podemos esmorecer, mesmo que a derrota  deixe uma ferida crônica, representada pelo verbo perder. A disputa contra a Holanda não deve chamar a atenção do torcedor brasileiro que sempre viu sua seleção como favorita e agora sucumbe dentro de seus próprios domínios. Futebol é bola na rede.