Alegação de inconstitucionalidade pode tirar Projeto de Lei do IPTU da pauta da câmara
O impostômetro é um dos
maiores entraves e que pesa no bolso do povo
brasileiro constituindo-se em verdadeira quebradeira, pois as alíquotas
são pesadas demais. O projeto de lei E-002/2014 de autoria do Executivo do
Município de Capanema está tramitando na Câmara de Vereadores já tendo sido
avaliado pelas comissões internas, sendo que na sexta-feira, 27, seria votado
no plenário na sessão ordinária do Poder Legislativo.
De acordo com o bloco
oposicionista o PL é inconstitucional
por apresentar falhas em sua redação, onde o Executivo propõe correção
monetária na cobrança do IPTU retroativa
ao ano de 1997, fator que causou grande repercussão na cidade, pois no conteúdo
da redação do PL versa a alegação de que
durante esse período não houve qualquer reajuste. Na sessão plenária o vereador
Chico Adalgísio, que faz oposição, apresentou boletos de um contribuinte que
teve reajustados os valores nos anos 2010, 2011 e 2012, razão de seu
descontentamento com o que requer o Executivo.
Antes do Projeto de Lei ser
colocado em votação, a polêmica girava em torno de um parecer feito pela
Comissão de Constituição e Finanças do Poder Legislativo Municipal que aprovara
a tramitação direcionando à apreciação do plenário. A oposição bateu o pé e
exigiu que também fosse lido em plenário, o parecer exarado pela advogada da
câmara, que segundo Adalgísio e seus outros pares da oposição, consta na
redação que a advogada julga que o PL é inconstitucional. Consultada para
determinar a leitura do parecer da advogada, a Mesa Diretora
decidiu pelo placar de 3 votos a 1 que como não constava na pauta, o parecer
não seria lido, decisão que provocou mais reações dos oposicionistas.
Voto vencido, o secretário
da mesa, vereador Pedro Paulo, fez a leitura do projeto de Lei de acordo com o
que regimenta a Casa de Leis. Quando a votação iria começar , os vereadores
contrários a aprovação, proferiram discursos inflamados acusando o Executivo de
querer forçar o aprovo, aumentando ainda mais as discursões acaloradas. Quando
todos penavam que a votação transcorreria normalmente, o vereador Pedro Paulo
estava se pronunciando e mostrando ao povo que se fez presente, pontos que ele
considera como inviáveis, pois o aumento dos valores de cobrança do IPTU, pode
causar impacto na população de baixa renda e assim, foram todos os outros
discursos complementares feitos pelos vereadores Adalgísio, Eliane Leal ,
Valmicélia Morais e Valdemir Martins. De forma inexplicável o presidente do
Poder Legislativo, vereador Pedro Abraão determinou o encerramento da sessão,
causando impacto negativo, pois havia policiamento nas galerias da câmara e
nenhuma pessoa estava se comportando sem o devido respeito. Os únicos
manifestos feitos pelos integrantes das galerias eram de aplausos ou vaias,
atitude normal que não interferiu no andamento da votação.
É inexplicável também, o
motivo da lentidão que o projeto tramitou, por alguns parlamentares terem
pedido vistas e então, a votação foi pautada para acontecer na última sessão
ordinária do semestre, mesmo ainda esteja faltando ser votada a LDO, que
segundo Abraão, os vereadores só poderão entrar em recesso parlamentar, depois
da votação.
Os vereadores que votaram
favorável a manutenção do projeto de lei
do IPTU foram os seguintes; Rubens Anselmo, Afonso Lopes, Hurted Martins,
Nadeglan Barbosa, Lindomar Melo e Deliane Monteiro. Votaram contra o PL os
vereadores: Eliane Leal, Pedro Paulo, Valmicélia Morais, Chico Adalgísio,
Rogério Silva e Valdemir Martins. Vereador que absteve de votar: Luis Gomes de
Oliveira . Voto de minerva a favor da aprovação do PL: Pedro Abraão (Presidente
da Câmara).
Com todo esse imbróglio
formado não se sabe quando o projeto voltará à pauta, uma vez que a sessão não
foi suspensa e sim encerada pelo presidente. Houve muita repercussão na cidade
e mais uma vez o poder Legislativo de Capanema protagoniza causas que geraram
polêmica, não dando sequência a um procedimento que regimentalmente deveria ter
sido concluído. A população precisa ser sabedora de tudo o que acontece nos
bastidores dos setores políticos e como o caso do IPTU é de fundamental
importância, aumentar os custos não traduz a realidade, pois o poder aquisitivo
do capanemense não atinge patamar evolutivo e a melhor saída é o poder
Executivo voltar a avaliar o PL para que tudo fique às claras, como mandam as
regras constitucionais. Outro fator que
causou surpresas foi o fato de nenhum vereador da situação ter usado a tribuna
para defender o PL, limitando-se apenas em votar SIM no parecer.
Texto: Paulo Vasconcellos
Edição: Dyah Sousa
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