Para diminuir pobreza, Maricá, no RJ, cria 1ª moeda social eletrônica do país
A cidade de Maricá, no interior do Rio de Janeiro, lançou a primeira moeda social eletrônica do país no fim do ano passado, segundo a Rede Brasileira de Bancos Comunitários. Diferente de outras moedas já existentes no Brasil, a "mumbuca" ainda faz parte de uma política da prefeitura para complementação de renda de famílias carentes.
O Mumbuca foi o mais recente banco comunitário inaugurado no país. Com ele, o Brasil chegou à atual marca de 104 instituições no país – mais que o dobro do total registrado (51) há cinco anos.
Desde dezembro de 2013, cada família cadastrada no programa "Bolsa Mumbuca" recebe 70 mumbucas – o equivalente a R$ 70 –, por meio de cartões de débito. Os cartões são aceitos apenas em estabelecimentos locais que também aderiram à iniciativa. O objetivo é reduzir a pobreza na cidade, onde vivem cerca de 13 mil famílias que ganham até um salário mínimo por mês.
"É uma forma de complementação de renda em que os recursos são usados apenas dentro da cidade. Com isso, estimulamos o comércio. Nossa estimativa é que, em breve, vamos ter injetado R$ 1 milhão na economia local através dessa bolsa", diz o secretário de Direitos Humanos de Maricá, Miguel de Moraes Filho.
saiba mais
Segundo ele, a ideia de usar o cartão de débito surgiu após comparações com o programa "Bolsa Família", do governo federal, que é sacado em reais. "Dessa forma, não há um controle de onde o dinheiro é usado. Com a moeda eletrônica, além de garantir o consumo de mercadorias no território, impedimos que os recursos sejam usados de forma indevida, como a compra de mercadorias ilícitas", destaca.
Para o comércio local, o uso da mumbuca também representou um aumento nas vendas. "O movimento melhorou muito [desde o início do programa], tivemos até que contratar mais um funcionário. Está sendo bom tanto para a empresa quanto para a população, pois já surgiu mais uma vaga de emprego”, afirma o proprietário do Mercado Jolumar, José Cláudio Ribeiro Policarpo.
O mercado dele foi o primeiro da cidade a trabalhar com a nova moeda eletrônica - que é usada como débito pelos favorecidos, mas funciona como crédito para os comerciantes por causa do tempo necessário para receber o valor da compra. "A prefeitura nos procurou oferecendo a ideia. Nós instalamos a maquineta e tudo funciona como um cartão de crédito. Depois de 30 a 40 dias da compra, o banco comunitário nos deposita o dinheiro em reais", explica Policarpo.
Segundo Joaquim Melo, diretor da Rede Brasileira de Bancos Comunitários e coordenador do Instituto Palmas, que ajudou a inaugurar o programa em Maricá, um banco na periferia de Fortaleza deve ser o segundo do país a receber a moeda eletrônica. "Governos de muitos municípios estão no ligando, pois a ideia é boa não só para quem consome, mas também para quem produz", afirma.
Próximas fases do programa
De acordo com Moraes Filho, o uso da mumbuca para complementar a renda é a primeira fase do programa. "Estamos criando formas legais para usar recursos das sobras da Câmara de Vereadores na elaboração de um cartão que poderá ser utilizado pelos universitários da cidade na compra de livros", diz.
De acordo com Moraes Filho, o uso da mumbuca para complementar a renda é a primeira fase do programa. "Estamos criando formas legais para usar recursos das sobras da Câmara de Vereadores na elaboração de um cartão que poderá ser utilizado pelos universitários da cidade na compra de livros", diz.
A prefeitura também pretende abrir, por meio do banco comunitário, um sistema de linha de crédito de até 15 mil mumbucas para micro e pequenos empreendedores. "Além disso, ao longo do ano que vem, queremos aumentar a bolsa para até 300 mumbucas", revela o secretário de Maricá.
Fonte: G1
Post a Comment