A Opinião de Carlos Ferreira

Leandro Cearense, um caso intrigante


Leandro Cearense, um caso intrigante

Artilheiro do Parazão 2011 com 21 gols, pelo Cametá, Leandro Cearense tem uma das 12 maiores artilharias (por temporada) da história do campeonato estadual, como mostra o quadro abaixo. Mas o atleta, que na realidade é paraense de Castanhal, tem números intrigantes. Afinal, depois do sucesso feito no Cametá, marcou apenas 22 gols nos últimos três anos, por quatro clubes. Foram três pelo Vila Nova/GO, nove pelo Cuiabá, três pelo Santa Cruz de Cuiarana e sete pelo Remo, sem considerar o jogo de ontem contra o Independente.
Leandro Cearense não consegue repetir a performance que teve no Cametá como goleador. No Remo cumpre a segunda temporada de um contrato de dois anos. Nos últimos jogos vem ganhando importância no time por função tática, na marcação, abrindo a perspectiva de resgate do seu real potencial. Leandro Cearense está com 28 anos e 63 gols, numa trajetória profissional que só começou em 2010, quando trocou o emprego de vigilante pelo primeiro contrato no futebol, para defender o Santa Rosa. Depois, teve passagens pelo Vila Rica (três gols) e pelo Abaeté (11 gols), até estourar no Cametá, onde além dos 21 gols no Parazão e fez mais dois gols na Série D.

Maiores artilharias da história do Parazão

Artilheiro                      Gols    Ano
1º-Bira/Remo                 32    1979
2º-Dario/Paysandu        26    1979
3º-Bira/Remo                 25    1978
4º-Cabinho/Paysandu   24    1987
Edil/Paysandu               24    1992
6º-Dadinho/Remo          23    1983
Dadinho/Paysandu        23    1989
Mário/Tuna                    23    1966
9º-Estanislau/Tuna        22    1955
10º-Alcino/Remo            21    1975
Cabinho/Paysandu        21    1984
L. Cearense/Cametá     21    2011

Tradições no fundo poço

Ao cair para a 2ª divisão maranhense, o Maranhão Atlético Clube, adversário do Paysandu, ontem, na Copa do Brasil, entrou no bloco das tradições que chegaram ao fundo do poço. Vila Nova em Goiás e Ferroviário no Ceará também desceram este ano à 2ª divisão estadual, tal como a Tuna no Pará, no fim do ano passado. Outros clubes que já disputaram a 1ª divisão do campeonato brasileiro e nas duas últimas décadas chegaram à 2ª divisão estadual são: CSA em Alagoas, Bangu e América no Rio, Moto Clube no Maranhão, Rio Negro no Amazonas, Paraná Clube no Paraná, Guarani, Ponte Preta e Portuguesa em São Paulo. O Remo escapou por pouco da “segundinha” paraense em 2000. Foi salvo no tapetão, pelo caso de Leandrinho, que o TJD julgou irregular no Tiradentes. No entanto, oito anos depois o Leão Azul desceu à humilhante posição de aspirante à Série D (4ª divisão nacional), sua realidade atual. Este ano está com acesso engatilhado à Série D, numa busca desesperada por garantia de calendário, redenção junto à torcida e reconquista de mercado. O amadorismo e a irresponsabilidade na gestão caracterizam os tradicionais clubes que chegaram ao fundo do poço. Alguns foram recuperados e voltaram a brilhar, como o Paraná e a Ponte Preta. Outros estão em recuperação administrativa ou nem isso.  

Fonte: Orm