Hoje é o dia do Amor: Amemo-nos uns aos outros
“Se amar é viver, eu vivo porque amo a
humanidade”. A riqueza do amor está na escrita de Gilda Carvalho que sintetiza
e ao mesmo tempo amplia as façanhas de um sentimento que deve ser usufruído por
todos nós. Deleitem-se no texto abaixo: (PV)
Há algum
tempo escrevo sobre efemérides: dia dos pais, das mães, dos namorados, do
amigo, e por aí vai... Neste ano, pediram-me para escrever sobre o Dia do
Amor, a ser comemorado em 14 de fevereiro. Coincidentemente – ou não, pois
não saberia aqui distinguir, – em muitos países comemora-se neste dia o
Valentine Day, ou o Dia dos Namorados, que no Brasil é comemorado em 12 de
junho, véspera do Dia de Santo Antonio, o santo das moças casadoiras.
De todo modo, Valentine Day foi instituído por ser o dia de São Valentim, santo martirizado nos primórdios do Cristianismo justamente por ter lutado contra um decreto do imperador romano que proibia o casamento como forma de facilitar o ingresso dos rapazes no exército, e realizava casamentos em segredo. Ao ser descoberto, foi preso e decapitado. Valentim acreditava no amor: dos homens e de Deus.
Daqui,
retomo o início deste texto. Escrever sobre datas que aparentemente são
apenas comerciais pode ser uma via de descobertas interessantes, fazendo-as
adquirir um significado novo, mais profundo e que revela sentidos até então
não percebidos. Pois bem: o dia do Amor. Por que comemorar algo que deve ser
celebrado todos os dias? Que sentido há nisso?
Comemorar
o amor pode provocar uma reflexão sobre o sentimento em si e os laços e ações
que a partir dele estabelecemos com os outros em nossas histórias. Todos nós,
em algum momento experimentamos o amor: alguns o vivem com maturidade, outros
com intensidade, outros fogem dele, enfim, amar e ser amado é a experiência
mais essencial do ser humano. São reflexões profundas, que passam por
experiências de vida, desde a tenra infância e que somente cada um de nós
poderá fazê-la. Deixo-as, portanto, para vocês.
Há,
contudo, uma raiz que toca a questão da fé. Somos seres criados por e para o
amor. Se acreditamos que nossa origem está em Deus e se Deus, como nos diz João
Evangelista, é Amor (1 Jo 4,4), somos moldados para sermos criaturas amadas,
amorosas e amantes. Amadas porque Deus nos ama primeiro e esta verdade deve
ser o fundamento de nossa fé. Amorosas porque uma vez que experimentamos o
amor somos capazes de estabelecer relações sadias, fundamentadas por toda a
sorte de sentimentos que advém do amor em si mesmo. Amantes, porque aquele
que é amado deseja amar. Desde os primórdios, santos e santas, místicos
e poetas, nos falam sobre o amor de Deus – muitos, por esse amor deram suas
próprias vidas e dedicaram sua existência. Tudo movido pela experiência de
encontro com Jesus Cristo, o Amor encarnado na humanidade.
Por
queJesus Cristo seria o modelo de amor a ser vivido por nós? Como Ele que
apenas viveu em nosso meio, mas não experimentou as agruras dos desencontros
do amor na sua forma mais ordinária, que é aquela que estabelece a relação
amorosa entre um homem e uma mulher, poderia nos falar sobre isso?
Jesus é modelo de amor porque nos ensina que acima e além do amor-paixão –
este, sim, muitas vezes comercial e comercializado – há o amor pelo
outro, por sua essência. Por isso, deixa como mandamento que nos amemos tal
como Ele nos amou. O amor de Jesus é o amor que promove, que liberta, que
cura, que dá sentido, que resgata para a felicidade o ser humano. E este tipo
de amor independe de seu objeto de ação: se é dedicado aos que sofrem, se é
vivido a dois ou em famílias, se está em serviço de alguma causa. É o amor
universal, o amor-ágape, amor-comunhão, que resgata tudo e todos para a vida
em abundância.
É verdade
que ainda somos muito pequenos para sermos capazes de amar com a perfeição
com que fomos amados por Jesus. Por isso, a importância de comemorar essa
data, para que possamos refletir sobre o que estamos fazendo com o mais
precioso dom que temos dentro de nós: o dom de amar. Feliz Dia do Amor!
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Autora: Gilda Carvalho
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