O incêndio criminoso que comoveu o Brasil, o Rio Grande e o Mundo



P de ponto, V de vista  -  Por Paulo Vasconcellos

Cometer irresponsabilidades passou a ser ações contínuas de quem não preza o senso humanitário, quando se trata de tomar precauções e a banalidade se encarrega de ir  para dianteira. A tragédia de Santa Maria, cidade universitária localizada no Centro do Rio Grande do Sul, que ficou marcada, depois do acontecimento que ceifou as vidas de jovens futuristas, que estavam em um estabelecimento de divertimento, que ficou manchado por sangue e lágrimas.
         Nem o mais insensato dos sensacionalistas poderia imaginar que a tragédia se tornasse tão cruel, com requintes de comoção, cuja repercussão ganhou as primeiras páginas dos jornais mundo a fora. Personalidades enviaram mensagens ao povo brasileiro, referentes ao trágico acontecimento, entre elas o Papa Bento XVI e o Secretário Geral da ONU,  Ban Ki-moon . O destino de cada jovem que morreu asfixiado ou pisoteado na casa de shows estava traçado e o amontoado de gente, condizia com o sucesso que faz a banda Gurizada Fandangueira, que usa  artefatos pirotécnicos em seus shows. As redes sociais contribuíram com os meios de comunicação para espalhar a notícia, sendo que uns usaram coerência e outros zombaram de alguns detalhes.
         As lágrimas derramadas por parentes e amigos das vítimas, mostradas de todos os ângulos, conotaram o clima de tristeza que tomou conta do país inteiro que se solidarizou, com correntes de orações e mensagens de conforto. O incêndio criminoso poderia ter sido evitado, se não fosse a grande covardia daqueles que promoveram uma festa em local que não atendia as regras, mas também, houve negligência por parte das autoridades gaúchas que esqueceram de colocar em prática o que determina a Lei. Como a cultura Brasileira diz que as portas só serão fechadas com segurança, depois de arrombadas, de nada adianta a emoção da Presidenta Dilma, os lamentos do governador Tarço Genro, as desculpas do comandante do Corpo de Bombeiros, que gaguejou diante das perguntas feitas pelos jornalistas, ao relatar que não lembrava qual mês a vistoria havia sido feita na Casa de Festas. Considero estes atos como de pura falta de conduta, mas infelizmente, não posso me apossar de uma caneta e na essência da palavra, assinar o termo de demissão de quem negligenciou, provocando desfalques em centenas de famílias. Fiquei atento à cobertura da tragédia, e ouvi o relato de um estudante com a voz engasgada: “Essa é uma guerra que começou com derrota”. Sinceramente: Concordo com o que ele disse e aí sim, posso assinar em baixo, porque as providências só vão ser tomadas no pós-guerra, fato vergonhoso que nos deixa cada vez mais dispostos a oferecer a palavra “descrédito” para muitas pessoas que deveriam dar exemplo em suas atitudes, no entanto, decepcionam.
         Aproveito o momento de comoção mundial que provocou a tragédia, para alertar as autoridades de Capanema, que providenciem de forma imediata, fiscalização em todos os estabelecimentos que juntam gente, não só as casas de shows, mas até os templos religiosos, que podem causar superlotação, assim como qualquer local. Então, minha gente, vamos dar as mãos, pedir bênçãos e esperar as ações de quem precisa agir em favor de resoluções que podem ser encontradas, com poucos esforços, basta empenho e dedicação. É preciso ações e reações para casos que preocupam e Deus há de confortar as pessoas que estão abaladas com tudo o que aconteceu. Para clarear melhor minha retórica, faço mais um alerta: Chega de tantas gambiarras e adequações improvisadas, pois elas só contribuem para que aconteçam desastres. Mãos à Obra! (PV).

Texto: Paulo Vasconcellos, integrante da Academia Capanemense de Letras e Artes, titular da Cadeira nº5.
Edição: Anna Karla

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