No meio da estrada havia um cavalo
P de ponto, V de vista - Por Paulo Vasconcellos
Em meio as felicitações de fim de ano, nos deparamos
com notícias desagradáveis, mas como temos o ofício de torna-las públicas,
fazemos com exatidão. A Rodovia BR -308 volta a cena, por ser protagonista de
uma história marcada por mortes e o termo pejorativo, pesa no contexto geral. O
artigo em lide é contido de palavras que não fogem a realidade dos fatos e
sendo assim recomendo a leitura. (PV).
O leitor pode até pensar que
o conteúdo deste texto será tratado de forma poética ou literária, mas os
relatos que serão inseridos a seguir retratam a realidade de fatos verídicos
que assustam muita gente e tenham certeza que não são inventados, até porque o
espaço trata a veracidade do que acontece no cotidiano. Já faz algum tempo que
Rodovia BR- 308, conhecida por Capanema/Bragança, vêm sendo notícia em todos os
meios de imprensa do município de Capanema e do Estado, por apresentar
condições precárias no que diz respeito à falta de acostamentos, de sinalização
e também de fiscalização.
Antes de ser federalizada a Rodovia apresentava um retrato não condizente com a realidade e viajar de Capanema para Bragança era motivo de sofrimento para quem dirigia veículos ou mesmo apenas como passageiro, pois a buraqueira era intensa, e o percurso durava cerca de 3 horas. Diante de muita luta, houve a pavimentação asfáltica com serviço de qualidade que vem resistindo até os dias de hoje, passando por processos de recapeamento, atendendo as necessidades dos usuários. Com a somatória de vontades de alguns, foi procedida à federalização e então a ligação a Transoceânica fazendo acesso ao Estado do Maranhão.
Antes de ser federalizada a Rodovia apresentava um retrato não condizente com a realidade e viajar de Capanema para Bragança era motivo de sofrimento para quem dirigia veículos ou mesmo apenas como passageiro, pois a buraqueira era intensa, e o percurso durava cerca de 3 horas. Diante de muita luta, houve a pavimentação asfáltica com serviço de qualidade que vem resistindo até os dias de hoje, passando por processos de recapeamento, atendendo as necessidades dos usuários. Com a somatória de vontades de alguns, foi procedida à federalização e então a ligação a Transoceânica fazendo acesso ao Estado do Maranhão.
O tempo foi passando e o
movimento condicionou-se ao desenvolvimento da Região, formada pelos municípios
de Capanema, Tracuateua, Bragança, Augusto Corrêa e Viseu. Não podemos culpar
somente os condutores de veículos que em determinadas ocasiões abusam da
velocidade e das manobras radicais. Precisamos também culpar as autoridades que
deixaram de agir a tempo para dar a rodovia o tratamento que ela merece,
sobretudo na conservação do leito e na construção de acostamentos,
reivindicações antigas. Quando nos referimos às autoridades, envolvemos todos
os representantes políticos: Prefeitos, Vereadores, Deputados, Senadores e
Governadores. Tudo por uma causa justa, pois se forem somadas as cifras, talvez
os custos não sejam tão elevados, comparando-se aos prejuízos que já acumularam
e as mortes registradas.
Todos podem ter a certeza de
que no decorrer de 14 anos o número de acidentes com vítimas fatais, supera as
estatísticas de quando o movimento ainda era menor e as condições da estrada
mostravam precariedade total. A Rodovia é
propícia para o tráfego de ciclistas e condutores de veículos de passeio em
grande proporção, pois é caminho para as praias do litoral paraense. A BR-308
acolhe também grande fluxo de veículos pesados que trafegam diariamente,
tornando o percurso entre Capanema e Bragança, por exemplo, perigoso em todos
os parâmetros. Por essa razão, não existe fiscalização constante dos
patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal e nem um posto fixo para eles. Outro
fator que contribui para ofertar perigo na estrada é a falta de sinalização,
mas segundo fontes do DNIT, as placas são colocadas nos locais, no entanto,
quando se pensa que elas estão onde foram fixadas, existe apenas o sinal, pois
o material pode servir para vários fins e as placas indicativas são roubadas,
tornando difíceis as condições de orientação para os motoristas.
Diversos fatores contribuem
para o acúmulo de acidentes na BR-308, que foi apelidada de “Rodovia da
Morte”, título que infelizmente a batizou assim. Não são apenas os
acidentes envolvendo veículos que fazem parte dos registros. Como a Região é
dotada de terras agrícolas e a pecuária aparece como fonte de renda para
alguns, em determinadas ocasiões são vistos animais pastando nas laterais,
outro perigo, uma vez que ao atravessarem a estrada, os animais são causadores
de acidentes, porque a velocidade com que os veículos trafegam, dificulta aos
motoristas de desviarem qualquer obstáculo. Aí, são somados os acidentes aos
danos materiais que se juntam às mortes, assustando pelo número expressivo de
ocorrências. As circunstâncias são inúmeras, mas algo pode ser feito para
diminuir o número de acidentes e até de vítimas, se forem formadas frentes de
interesses, envolvendo a vontade política e a responsabilidade de todos.
No ano de 2010, um grave
acidente vitimou o jovem Adelson
Oliveira, que trafegava em sua moto e atropelou um cavalo que atravessava a
rodovia. As causas do acidente estão sendo avaliadas pelas autoridades, mas não
é a primeira vez que animais são peças integrantes nos laudos periciais. Está
provado que a falta de acostamento e a falta de responsabilidade de quem quer
criar animais sem ter local adequado para tal, contribuem diretamente para os
registros que dão o título pejorativo a uma das mais importantes rodovias
federais constantes no mapa do Estado do Pará. É preciso intervenção política
para a construção dos acostamentos para que as Famílias das vítimas não
precisem usar meios de comunicação e fazer apelos emocionantes, pedindo
providências, pois do jeito que está a BR-308 vai continuar causando mortes. Em
determinada ocasião, foi feita manifestação envolvendo moradores dos bairros da
zona urbana de Capanema e também a constituição de um abaixo assinado pedindo
providências para que sejam feitos melhoramentos na Rodovia, entre eles a
construção dos acostamentos e a instalação de redutores de velocidade. Só assim
a PAZ poderá voltar e os acidentes diminuírem, para o bem estar de todos. (PV).
*O autor é integrante da
Academia Capanemense de Letras e Artes, titular da Cadeira Nº5.
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