Gastando a Bola - Editorial da Clube - Por Paulo Vasconcellos

O Mangueirão, O Paysandu e as lambanças da CBF.

 

        Tem determinadas situações em que pesam os fardos que são oferecidos para serem carregados, mas há fragilidade quando precisam ser dotadas forças necessárias. No futebol, existem parâmetros que fragmentam diversas situações e alguns acontecimentos não condizem com a realidade dos fatos. Acostumados a sofrerem nos finais das competições nacionais, os clubes paraenses continuam sendo vítimas da desordem apresentada nos setores que gerenciam os certames brasileiros, comandados pela CBF. A mais nova vítima é o Paysandu, que liderava o Grupo E do Brasileiro da Série C e foi surpreendido com o julgamento do Mérito da questão que envolveu o Rio Branco do Acre, que cometeu irregularidades, sendo penalizado pela segunda vez. Diante da situação, o clube paraense perdeu 3 pontos que havia conquistado com uma vitória sobre os acreanos, mas estes foram subtraídos, causando prejuízos morais e financeiros.

        A propósito, ao julgar novamente o processo contra o Rio Branco, a CBF não se preocupou com o reboliço que a atitude causaria e sem qualquer cautela concetiu o retorno do Rio Branco, baseada em liminar, quando na verdade deveria suspender o Campeonato, até o julgamento do mérito. Agora, cassada a liminar, o Luverdense, foi credenciado para voltar ao Campeonato, tendo que realizar 6 jogos, como os outros concorrentes. A lambança da CBF é o reflexo do descaso da entidade que não dá a atenção devida para a Terceira Divisão, que bem poderia ser bancada pela entidade.

        Baseada na garantia de público numeroso para os jogos no mangueirão, a diretoria do Paysandu resolveu fazer promoções para vender ingressos que valem para dois jogos. Até aí, tudo bem: - só que houve a mudança na tabela e isso está confundindo a todos. Mais um detalhe: - É inadmissível que alguns jogadores do time bicolor, reclamem das condições do gramado do Mangueirão, usando de forma irônica, termos que não convencem, pois o piso do Estádio Olímpico é um dos melhores do Brasil. Reclamações à parte espera-se que todos esses acontecimentos não abalem o emocional dos jogadores do Paysandu e o projeto da subida para Série B, continue nos planos de todos, para que sejam apagadas as manchas deixadas por falhas setoriais. Hoje, domingo o Paysandu teve mais um desafio pela frente, que seria vencer o CRB, mais perdeu por 1 x 0 no Mangueirão, constituía-se  questão de honra e revigoração para o grupo, formado pelo conjunto da obra que se chama futebol de qualidade.

Os casos não param de acontecer e como a jurisprudência para julgamentos no futebol, independe de dia e hora para funcionar, eis que a decisão do STJD em afastar o Rio Branco, foi derrubada e o time acreano está de volta ao Campeonato. De acordo com notícia postada no Site Futebol do Norte: - Os Procuradores do Estado do Acre Rodrigo Fernandes das Neves e Mayko Figale Maia obtiveram na noite desta sexta-feira,14, uma liminar na 2ª Vara da Fazenda Pública de Rio Branco anulando a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que excluía o Rio Branco Football Club da disputa do campeonato brasileiro da série C.

A decisão administrativa do STJD tomou por fundamento o fato de o time acreano ter ingressado na justiça comum antes de esgotadas as instâncias da Justiça Desportiva, para obter cautelar autorizando a realização de jogos com público no Estádio Arena da Floresta.

Não se sabe o que vai acontecer no momento em que a bola estiver rolando no Mangueirão, pois tudo indica, que vão ser dadas continuidades nas manobras extra-campo, que sustentam modificações a qualquer instante. Reservadas as proporções, as recomendações para o Paysandu são de que somente a vitória diante dos alagoanos, pode garantir a permanência do time bicolor no conturbado e atrapalhado Campeonato Brasileiro da Série C. Fica no ar a pergunta que não quer calar: “Que país do futebol é esse?”. 

Em Tempo: Na segunda-feira, o técnico Edson Gaúcho foi demitido, o Rio Branco passou a vez para o Luverdense e o imbróglio continua. A CBF não tem poder, o Rio Branco quer voltar. o Paysandu está desarticulado, mesmo contratando Andrade para o comando técnico e os torcedores bicolores são os maiores prejudicados, não sabendo o que vai acontecer adiante.  

O autor é cronista esportivo em Capanema.