Proseando - Por Paulo Vasconcellos

Bem me quer.... mal não me quer

                                                                     

Na história da Carochinha

As pétalas das flores
Separam-se...

Bem me quer. Mal me quer

E assim vamos mudando nossos ares
Com consciência de que a história
Precisa ser contada.

Bem me quer...mal não me quer..
Bem me quer... bem me quer...

São lendas e contos de fadas
De joelhos, a Carochinha chora
A janela bate palmas
O cavalo corre na mata
Pedindo socorro a alguém
Na esperança de alcançar.
Na história da Carochinha
Ela se lembra dos vaga-lumes
Clareando a escuridão
Proseando com os outros animais
Está o coelho escondido no caminho.

Bem me quer... mal não me quer
Bem me quer... bem me quer.

À volta do salteador

O linguajar do poeta

Me, espanta e me deixa tenso
Amedrontado, calejado, cansado
Mas consciente
Com suas anedotas, chega o valente
Que muitos dizem
Ser um cara que não leva desaforo para casa
E se debruça na cocheira
Esquenta as mãos no fogo a lenha
Proseia com quem chega.

Bem me quer... mal não me quer
Bem me quer... bem me quer.

Valente, só o tenente
A porta abre e fecha
O cachorro late no quintal
Como quem não quer agir
Dona Carochinha chora
E o gigante se deita.

Bem me quer... mal não me quer
Bem me quer... bem me quer.

Pego o toca-disco e ouço uma canção
Esfrego as mãos e sinto calafrio

O cavalo relincha

E o besouro procura sua casa
Dona Carochinha sorri
O macaco deu sinal
Amanhece o dia e ele está saltitante
As portas se fecham
A chuva começa a cair
É o sinal do inverno
Que castiga a região.

Bem me quer... mal não me quer
Bem me quer... bem me quer.

Panela de barro, papeiro de alumínio
As janelas se fecham
Dona Carochinha observa
Vai cair um raio
Com toda a chuva que deságua no local
Os trovões anunciam
Promessa cumprida
Continuo acreditando em tudo.

Bem me quer... mal não me quer

Bem me quer... bem me quer.


Paulo Vasconcellos (11/12/2004), integrante da Academia de Letras de Capanema, titular da Cadeira número 5.

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