Parafrasear é preciso...

Edição: PH *


Vamos parafrasear    
            
Inicio esse preâmbulo informando que aqui começa uma afinidade maior entre este colunista e todas as pessoas ligadas as artes literárias. Então, vamos ao que interessa. O clássico Drumondd me diz que a pedra que atrapalhou o seu caminho era apenas um empecilho. Porém, Castro Alves filosofa com seus argumentos e intenções de não perder a linhagem de seus escritos ou de suas escritas. Mostro a janela poética que nos rodeia e vejo o sábio Rui Barbosa usar a sua eficaz inteligência e radicalizar com suas idéias geniais, mas até certo ponto polêmicas.
      No longínquo Amazonas encontrei Thiago de Mello admirando as águas dos afluentes do maior do mundo e dar a seqüência poética para seus pensamentos. Mais tarde quem sabe, estaremos vendo outros monstros sagrados da literatura brasileira sendo parte da história. E nesse contexto incluo a minha performance de poeta popular, e vou tentar meu lugar entre esses nomes, e por que não? Até porque, quem está na chuva é para se molhar, já diziam meus contemporâneos. Volto a revelar nomes e o do poeta português Fernando Pessoa não poderia deixar de constar, por se tratar de um intelectual que se inspira em Luis de Camões e muitos outros grandes escritores. E até Luis Fernando Veríssimo entra nesse rol por sua irreverência e categoria que tem para escrever.
      Certo dia, li um texto de Carlos Heitor Cony onde ele citava Jô Soares como dono de uma clareza em suas publicações e eu concordo. O Jô tem suas particularidades e na era mais do que moderna em tempos de avanço tecnológico usa muito bem a criatividade e consegue juntar o útil ao agradável. A âmbito de Estado, conheci há algum tempo o escritor Paulo Renato que lançou em Capanema, o livro “certeza do quase ontem” ele me surpreendeu ao apresentar uma poesia composta pelo capanemense Jeová Barros que é meu amigo pessoal e é professor da UFPA. Surpreendeu pelo fato de eu não conhecer o lado poético de Jeová que tem a formação acadêmica em arquitetura, sendo um dos idealizadores da decoração da procissão de Corpus Christi em Capanema.
      Será se diante de tanta celebridade não encontremos um fora de série da poesia? É claro que sim. Nesse imenso interior paraense tem gênios literários para todos os gostos, basta-lhes oportunidade. Se a pedra vai continuar a trilhar o caminho dos poetas, Drumondd que me desculpe, mas essa pedra precisa ser quebrada e os laços poéticos serem desmembrados do corpo para que se multipliquem. Um dia, um bom velinho me abordou dizendo que o poeta para ser verdadeiramente um poeta, precisa ser consciente de que a memória é a sua grande arma e não pode haver um distanciamento da sua categoria com a sensibilidade. Isso é pura verdade e digo com conhecimento de causa.
      Falando de Capanema, nossa cidade conta com grandes poetas e para não me incompatibilizar com ninguém, prefiro não citar nomes. Há a necessidade da gente aparecer mais com nossos trabalhos, mas posso afirmar com todas as letras que somos falhos nesse sentido. Quem sabe daqui a mais um tempo? O eterno poeta Cazuza dizia que o “tempo não para”. E não para mesmo. Já Roberto Carlos (tinha que ser o Roberto) alerta dizendo que “é preciso saber viver”. Vejam só, estou conversando com meus leitores e lembrando desses nomes. Pode parecer paródia, mas não se trata disto. São apenas comparações e aqui estão faltando nomes de gente em destaque na literatura. Como forma de abrangência cultural para fazer parte desse espaço, sei que outras oportunidades vão surgir e poderei confabular melhor com vocês, já que conto sempre com a força daqueles que me acompanham e sabem das minhas intenções.
      Com vistas a propagação maior de um espaço cultural capaz de abraçar cada causa, assumo essa responsabilidade de manter a coluna em prol do desenvolvimento intelectual de todos aqueles que são poetas natos e até para quem é somente um amante das letras e gosta de poesias. Fiquem a vontade. Vamos interagir. O local ideal não poderia ser outro a não ser uma ferramenta que tem a capacidade da multiplicação. Que Deus seja louvado!

*O autor é jornalista e Poeta Popular. 


Por Paulo Vasconcellos 

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