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Edição: Paulo Henrique #

 







Deputada estadual foi condenada por abuso de poder
A deputada estadual Bernadete Ten Caten (PT) foi considerada inelegível por três anos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA), condenada por abuso de poder econômico, que teria sido praticado durante a campanha para a Prefeitura de Marabá em 2008. Como se reelegeu para o cargo de deputada, Ten Caten não poderá ser diplomada nem empossada para cumprir o novo mandato, mas poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, a fim de conseguir uma liminar para tomar posse.
Como candidata, Ten Caten teria realizado uma festa de aniversário, em casa de eventos em Marabá, divulgada por meio de outdoors, e através deles veiculado convite à população local. Além disso, o fato teria tido uma ampla cobertura jornalística.
A decisão de tornar a deputada inelegível se deu através de voto de minerva, conferido pelo presidente do TRE, desembargador João Maroja, após a votação ter ficado empate por três votos a três. O relator do processo, desembargador Ricardo Nunes, acatou parcialmente a denúncia que, além da inelegibilidade, pediu também a cassação do registro da candidata, que foi negado pela corte eleitoral porque o processo eleitoral 2008 já passou. Mas, o relator manteve a declaração de inelegibilidade da deputada por abuso de poder econômico.
A deputada afirmou, através de nota, que a decisão foi um equívoco da Justiça Eleitoral, pois não houve abuso de poder econômico, apenas “uma simples comemoração de um aniversário”. A nota prossegue afirmando que o evento foi realizado em fevereiro de 2008, antes do prazo devido para anúncio dos candidatos ao pleito municipal de Marabá. “Tal condenação não relaciona-se em nada com a Lei Ficha Limpa nem significou a cassação de meu mandato. Também está longe de representar uma decisão definitiva, pois recorremos desta com a certeza de que os mais de 33 mil votos recebidos por mim serão respeitados”, conclui a nota. (Agência Pará)

Dengue ameaça população, mesmo com vigilância
As grades que protegem a família de Célia Pereira, 52 anos, da violência das ruas, não impedem que o medo, sem bater na porta, entre. O Medo, com ‘m’ maiúsculo, passou a ser companhia diária desde que a vizinha dela, a estudante Fabiane Melo, 20 anos, morreu, com um diagnóstico quase certeiro de dengue hemorrágica. Célia Pereira mora na passagem Vida, mas teme que a morte entre pelas frestas das janelas, pelas divisórias de banheiros. Em frente à casa dela, do outro lado da rua estreita, uma imensa poça de água parada, esverdeada, tem sido criadouro de larvas de mosquitos. A dengue assusta e vem modificando hábitos naquela viela encravada entre o Jurunas e a Cidade Velha.
“Todo mundo ficou preocupado por aqui. A gente não sabe de onde veio o mosquito. Pode ter sido do esgoto dela. Ele pode se reproduzir e voar pra qualquer lado. Nós vamos ter que dar um jeito por nossa conta. Fazer coleta, botar óleo queimado nessas poças de água, vamos ter de fazer alguma coisa”, diz ela.
Ontem, dois técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) estiveram na passagem. Conversaram com Leonir Malato, a mãe de Fabiane, e perceberam que nos arredores o risco de novos contágios não pode ser descartado. “Tem larva aí nessa poça”, aponta o morador Manoel Pantoja. O técnico da Sesma não confirma em voz alta, mas admite que sim, pode haver. “A gente tem medo do que pode acontecer. Quando chove, a água bate na canela”, diz Pantoja.
O Departamento de Vigilância à Saúde da Sesma se mobiliza. Os dois técnicos que foram ao local onde morava Fabiane fazem parte de um trabalho que visa investigar o que ocorreu e como ocorreu a contaminação. “Se é dengue hemorrágica, só o exame laboratorial pode dizer”, diz a técnica.
“Vamos fazer uma ação de bloqueio na área e ao redor, num raio que nos permita ter um panorama da situação”, diz a diretora da Vigilância à Saúde, Carlene Castro. A ideia é fazer uma especie de reconstituição de todos os passos de Fabiane desde o adoecimento dela. “Vamos fazer um levantamento nos imóveis, identificar o foco, descobrir de onde saiu esse mosquito. A borrifação é a última opção”, diz a diretora.
Nada disso consola Leonir Malato. Ela tenta esquecer o que passou, mas lembra o tempo todo. E ao lembrar, chora. “Minha filha teve dois dias de febre. Tomou nimesulida e vitamina C. Falou comigo e disse que estava bem, que eu não tinha de me preocupar”. Leonir se preocupou. Mais ainda quando a filha passou do Pronto Socorro para o hospital Santa Clara e de lá novamente para o Pronto Socorro. Nesse espaço de tempo, até de gravidez falaram para Leonir.
“Mandaram ela de volta para o Pronto Socorro, só que ela estava fraca, vomitando, a barriga inchando, pedindo toda hora para tomar água. Minha filha ficou no corredor. Um médico me disse que iria dar um antibiótico mais forte, que ela iria ficar sedada. E me mandaram para casa, descansar”.
Leonir não descansou. Quando pela manhã ligaram para dizer que deveria levar a documentação da filha, percebeu que havia perdido.
Na casa 3 do beco estreito onde Fabiane morava sozinha, a casa pintada de rosa será vendida. A família não quer mais o imóvel que foi comprado para que Fabiane pudesse estudar. Vinda de Ponta de Pedras, no Marajó, era a quinta filha. “Eu queria tudo para poder salvar minha filha. Ela morreu sem que eu pudesse fazer nada”, diz Leonir. Aluna da Microlins, Fabiane queria estudar Direito. Tentou o vestibular. Não passou. Iria tentar novamente. Não teve tempo. (Diário do Pará)

Belém é a cidade com maior inflação no país
Na manhã de ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os índices de inflação do mês de outubro/2010. Na variação acumulada do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, instrumento de medição oficial da inflação pelo governo), Belém aparece como a cidade campeã da inflação, com uma variação de 4,98% nos primeiros dez meses de 2010.
A pesquisa verificou preços em 11 capitais brasileiras. Na distribuição dos índices regionais, Belém foi destaque entre as demais cidades. Na variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) dos dez primeiros meses de 2010 (Jan-Out), Curitiba foi destaque com alta de 5,83%; seguida por São Paulo, com alta de 5,45%; e Belém, com variação acumulada de 5,05%.
Este cenário, que coloca os belenenses vivendo na capital nacional da inflação pode ser facilmente percebido no custo de aquisição da alimentação básica. Somente nos dez primeiros meses de 2010 (janeiro a outubro), o reajuste de preços nos mercados e feiras paraenses já chega a 7,46%. É importante ressaltar que, no período, a inflação não ultrapassou os 5%.
Entretanto alguns itens básicos da mesa dos paraenses subiram bem mais do que a média, como o caso do feijão, que já foi reajustado cerca de 110,45%. Também a farinha de mandioca, com alta de 29,25%, seguida pela carne bovina, com 12,25%, e pela banana, com 11,42%. O açúcar teve aumento acumulado de 10,96%, enquanto o preço do leite subiu 7,31% e do pão, 3,60% .
As pesquisas efetuadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA) nestes primeiros dias do mês de novembro/2010 não mostram recuos de preços e sim a possibilidade de novos aumentos. (Diário do Pará)

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