CADERNO JC - Link Direto com o Jornal de Capanema
Edição: Paulo Henrique e Celene Vasconcelos
Texto: Paulo Vasconcellos
Fotos: José Filho (SBT)
Texto: Paulo Vasconcellos
Fotos: José Filho (SBT)
Depois das ameaças manifestantes queimam ponte sobre o rio Peixe-Boi
Durante uma semana havia expectativa em relação a ameaças feitas por um grupo de manifestantes que queria atear fogo na ponte construída em madeiras, sobre o rio Peixe-Boi, localizada na Rodovia PA-242. Houve denúncias, a polícia foi acionada e o corpo de bombeiros também, mas de nada adiantou, no início da noite desta terça-feira o fato foi consumado, o fogo destruiu a ponte e o município de Peixe-Boi isolado por via terrestre na ligação com Capanema e a região.
O ato de vandalismo provocou corre-corre e as autoridades foram acionadas, entre elas a prefeita Hélia Jaques que lamentou o caso, no entanto atribuiu a falta atendimento e demora por parte da SETRAN, encarregada da manutenção de estradas e pontes na malha estadual.
Houve aviso da comunidade peixeboiense sobre o que poderia acontecer e os manifestantes tentaram fazer justiça com as próprias mãos, mas foram impedidos. Mesmo assim, eles deixaram um aviso que voltariam ao local caso a construção em concreto não fosse iniciada pelo governo do Estado. Como talvez não haja tempo hábil para ser feita a licitação e a realização da obra, como deseja a população de Peixe-Boi, a SETRAN providenciou peças de madeiras para substituírem as que estavam deterioradas. Contrários a decisão do órgão estadual, os líderes do grupo resolveram por fim a um patrimônio que mesmo parcialmente destruído pelo tempo ainda servia de travessia e foi consumido pelo fogo em conseqüência da fúria de quem estava insatisfeito com a situação. Alguns curiosos lamentaram o ocorrido e agora a única alternativa para ser feita a travessia é usar pequenas canoas ou ter que enfrentar o percurso caminhando por dentro do rio. As opiniões são divididas, há quem seja favorável a manifestação, mas por outro lado, existe o acumulo de transtornos por causa da destruição da ponte.
O ato impensado, além de acarretar prejuízos, soma também nas questões de dificuldades para quem precisa se deslocar de peixe-boi, para Capanema, por exemplo, sobre tudo em casos de emergência em busca do tratamento de saúde, pois a alternativa é fazer atalhos por estradas vicinais, ter que ir pela BR-316 no sentido Santa Maria ou por Santa Luzia de Pirabas. Muita gente foi surpreendida e teve que pagar para atravessar, caso contrario fazer o retorno interrompendo a sequência da viagem.
Os estudantes, principalmente que moram na zona rural de Peixe-Boi, só conseguiram atravessar porque os canoeiros isentaram qualquer tipo de pagamento, o que não ocorre com as outras pessoas que precisam desembolsar um real e seguir viagem.
Alertas às autoridades, mas a velha lógica da morosidade funcionou, a ponte não recuperada e somente as tentativas de providencias, quando não havia tempo para reações. Nossa reportagem esteve na sede da SETRAN/Capanema, na tentativa de conversar com o engenheiro Jorge Mesquita, mas a informação dada foi de que ele havia viajado para Belém a serviço do órgão. Esse foi mais um caso de destruição ao patrimônio público que termina de forma trágica e as reticências se encarregam de dar conotação do desfecho final: ponte destruída, povo insatisfeito e providências que poderiam amenizar a situação não foram tomadas. Até quando a população vai continuar pagando por atos alheios aos princípios da normalidade?
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