ARTIGO DO DIA - Cotidiano em Destaque

Edição: Paulo Henrique #

Deixem Deus em paz!

Por *Nilson Mesquita

O promessômetro dos candidatos é impressionante, se disserem para eles que o diabo dá voto, que a classe C está ávida por drogas, que agora o bom mesmo é falar dos ricos e deixar os pobres passarem fome, não tenham dúvidas que eles vão entrar na onda e debater sobre isso em rede nacional sem nenhum escrúpulo. Os temas religião, Deus, aborto, apesar de assuntos importantes e prioritários na vida das pessoas, são mais de foro íntimo do que programas de governo.
Podemos buscar no Evangelho de Jesus algumas dicas para melhor esclarecer os candidatos sobre essa postura hipócrita que estão assumindo e que tem causado tanto dano ao eleitor e ao aprofundamento dos programas, disse o Mestre: “não é quem diz Senhor, Senhor que entrará no reino dos céus, mas sim quem faz a vontade do meu Pai”. Ele ensinava que o que vale não é as aparências, mostrar que é bondoso, ir à igreja ou templo, expor que ajuda os pobres, o que vale mesmo é a intenção real, a prática em si mesmo de tudo que se prega aos outros, lutar incessantemente contra suas más tendências. O verdadeiro sentido da palavra caridade, por exemplo, traduz-se na benevolência para com todos, na indulgência para com as imperfeições alheias e no perdão das ofensas recebidas, tem-se então que caridade é a expressão maior do amor pelo semelhante.
Em outro belo trecho do evangelho, Jesus nos fala por parábolas: “(...)então responderam-lhe os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? – Quando foi que te vimos sem teto e te hospedamos, ou despido e te vestimos? – E quando foi que te soubemos doente ou preso e fomos visitar-te? – O Rei lhes responderá: Em verdade vos digo, todas as vezes que isso fizestes a um destes mais pequeninos dos meus irmãos, foi a mim mesmo que o fizestes (...)”.
Observem como é clara a orientação que Jesus nos dá com extrema simplicidade: primeiro não é preciso dizer que acredita em Deus para ser feliz, ter a salvação, segundo para agradá-Lo basta fazer pelo povo o que é necessário para melhorar a qualidade de vida deste, isso será muito reconhecido pelo Pai.
Podemos então rotular essa campanha presidencial como a mais “farisaica” de todas, pois o comportamento hipócrita dos candidatos reflete um momento do Brasil onde a profundidade dos ensinamentos cristãos não importa, não se destaca, apenas serve de marketing de campanha onde quem repetir mais a palavra deus (com “d” minúsculo) poderá ser considerado o melhor.
Ouvi uma frase muito interessante e simples de um amigo para minha própria reflexão: “O Cristo não é uma bandeira, o Cristo é para ti mesmo.”

*O Autor é Geólogo, funcionário do Grupo João Santos (Cibrasa), titular do Blog cidadania e sustentabilidade

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