A pé: Recenseadores reclamam da falta do auxílio transporte


Recenseadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que realizam, desde o início do mês, a coleta para o Censo Demográfico 2010, estão há mais de uma semana sem receber o auxílio transporte pela função.

Os servidores temporários em questão, cerca de 20, estão lotados no Posto de Coleta - Maroja Neto, localizado na Avenida Pedro Miranda, entre as travessas do Chaco e Antônio Baena, no bairro da Pedreira e dizem que é complicado ir trabalhar sem esse dinheiro.

'Apesar do que foi dito no início, que os recenseadores não receberiam auxílio transporte, pois trabalhariam em áreas próximas a sua casa, isso não é a realidade de muitos. Existem pessoas do nosso posto de coleta que ficam distantes sete, oito e até nove quarteirões da sua casa', diz um recenseador que preferiu não se identificar'.

'A sociedade já tomou conhecimento dos assaltos que podem ocorrer por conta de levarmos, em nosso trabalho, um computador de mão para a coleta, isso acaba atraindo ladrões... Então, você andaria nove quarteirões até o seu setor de coleta para correr mais ainda risco de ser assaltado?', questiona o recenseador.

Outro recenseador diz que colegas, que estão lotados em outros postos de Belém, veem recebendo o auxílio transporte normalmente. 'Eu não sei o que está acontecendo aqui no Maroja, só sei que semana passada já trabalhamos sem receber o auxílio e essa semana já disseram que o dinheiro só vai sair na sexta-feira (27), um absurdo', reclamou outro recenseador que também prefere manter o anonimato para não sofrer retaliações.

Outra servidora denúncia que só estão sendo pagos os valores de duas passagens de ônibus diárias. 'No meu caso faço a coleta de manhã e a tarde, ou seja, uso quatro ônibus por dia, mas só me dão duas, o resto tenho que tirar do meu bolso', explicou.

Pagamento - Ao final do fechamento de um setor censitário, geralmente um quarteirão, os recenseadores recebem o salário. No edital do concurso público está descrito que o pagamento é por produtividade, mas que estaria entre R$800 a R$1600, coisa que não acontece na prática.

Uma recenseadora informou que seu setor tem cerca de 300 domicílios e após fazer as contas, disse que ao fechar o setor receberá cerca de R$550, valor muito a baixo do que seria o mínimo 'prometido' no edital.

Mas além dessa complicação, os recenseadores passam por outros 'problemas', seja por assaltos (em Belém já foram dois registros), seja por pessoas que não os recebem, seja pela perigo que a função tem (estão sujeitos a sol intenso, chuva, doenças).

Outro lado - Em conversa por telefone com a assessoria do IBGE, foi informado que em Belém existem cerca de 1100 recenseadores, e que o número de reclamantes não corresponde nem a 2% do universo total, o que seria irrelevante para o trabalho e não prejudicaria o andamento da coleta, por ser um caso isolado.


Portal ORM aguarda nota oficial do Instituto sobre o caso.

Redação Portal ORM

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