CRÔNICA DA SEMANA - Por Hugo Antonio Ferrari


“CARTÃO VERMELHO” NAS ELEIÇÕES
Por Hugo Antônio Ferrari

      Na recente crise no Senado Federal, o Senador Eduardo Suplicy, da bancada do PT, num gesto inusitado surpreendeu, não somente os parlamentares, mas, sobretudo, o Brasil inteiro, ao apontar um “Cartão Vermelho” em direção ao Senador José Sarney, Presidente da Casa e principal alvo daquele episódio, atingindo também, por via de conseqüência, todo político que não tiver uma postura ilibada no desempenho da vida pública.
     O nosso Parlamento, de vez em quando, tem sido palco de escândalos que não condiz com os princípios que devem nortear as ações dos seus integrantes.
Nas competições futebolísticas - por exemplo -, quando o Juiz utiliza o “Cartão Vermelho” direcionado a qualquer jogador, é sinal visível de que o mesmo infringiu as regras, sendo expulso, além de ficar suspenso de participar de outras partidas por um certo período.
O que ocorreu no Senado Federal naquela oportunidade e mostrado amplamente pela imprensa precisa acontecer urgentemente na prática das eleições.
     O Senador Suplicy quis, naquele momento, embora simbolicamente, repudiar todos os políticos indecorosos, representando o desejo de uma Nação inteira em ver a política brasileira devidamente saneada.
Essa atitude, por certo, foi aplaudia por milhões de brasileiros indignados, que não suportam mais a situação em que deixaram a política brasileira.
Pelo que se vê, é lamentável a situação de muitos políticos que não deveriam estar passando por situações constrangedoras, manchando suas biografias.
     Acho que o gesto do Senador Suplicy deveria ensejar uma nova era, a fim de que muitos políticos possam refletir antes de comprometerem para sempre suas condutas.

     Já, por outro lado, cada eleitor, doravante, deveria estar sempre pronto a usar o seu “Cartão Vermelho” - representado pelo título eleitoral - quando se dirigir às urnas, para escolher seus candidatos.
     Dentro deste ano, teremos novas eleições, oportunidade em que o “cartão da moralidade” deveria entrar em ação.
     O que não podemos mais admitir é ver o Brasil continuar mergulhado nesse descrédito político.
     Em qualquer regime democrático, o eleitor é o responsável direto pelo destino do seu próprio país se, de fato, souber escolher com critério e justiça os seus representantes, a fim de não ser decepcionado, como, aliás, sempre acontece.
     Caso esses princípios não sejam observados, dificilmente a vida pública brasileira será depurada.
    Que todos nós estejamos sempre de prontidão para, em nome da dignidade, repudiar de pronto as atitudes de postulantes a cargos eletivos que não respeitarem a ética.
     Somente assim, será possível vislumbrarmos um novo País, totalmente moralizado - a exemplo de tantos outros -, onde passaremos a ter realmente orgulho da nossa Pátria.
     “Cartão Vermelho” do Senador Suplicy para quem realmente merecer ser definitivamente banido da disputa eleitoral.
      Tomara que essa moda pegue a partir do próximo pleito!


HUGO ANTÔNIO FERRARI
ÓBIDOS (PA)

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